Mais de 35 anos de casa

SXSW demite seu presidente em meio a reestruturação de pessoal

Atuando no festival de 1989, Hugh Forrest, que assumiu a liderança em 2024, disse que a decisão não partiu dele

Em meio a diversas mudanças, South by Southwest — popularmente conhecido como SXSW — acaba de demitir o seu próprio presidente: Hugh Forrest, que ingressou no festival em 1989, comunicou a sua saída do tradicional evento de inovação. E ele não foi o único.

De acordo com apuração feita pelo Austin Chronicle, a saída de Hugh Forrest é acompanhada de outras várias lideranças, que caíram em meio a layoffs que o SXSW vem promovendo desde junho do ano passado. Embora o jornal não tenha especificado nomes, pelo menos 10 outros profissionais de gestão — incluindo áreas de Música e Comédia — também foram cortados.

Mudanças no SXSW vêm em meio a um cenário de cortes e incertezas

Imagem de Hugh Forrester, demitido da presidência do SXSW em meio a mudanças
Hugh Forrester, agora ex-presidente do SXSW (Imagem: P-MRC/Divulgação)

A demissão de Hugh Forrest veio em um período de morna receptividade do SXSW. Embora a edição de 2025 ainda não tenha divulgado seus números oficiais, diversas fontes indicam que, neste ano, o evento se destacou em tracks voltadas ao cinema e televisão, além da boa oferta de ativações e experiências imersivas. No entanto, setores como Música e Tecnologia tiveram gargalos de performance no que tange a termos de escala e adesão de público.

Isso não é de hoje: desde junho do ano passado, o SXSW vem promovendo layoffs e “enxugando” custos ligados ao capital humano. Desta vez, no entanto, essa prática chegou às lideranças majoritárias do evento. Vale lembrar que, durante a pandemia, o SXSW teve 50% de sua propriedade vendida à P-MRC, uma joint venture que assumiu a liderança operacional após o cancelamento da edição de 2020 do evento.

Segundo o próprio Hugh Forrester, a sua saída do festival não foi uma decisão própria: “deixar o South by Southwest definitivamente não foi a minha escolha. Eu coloquei corpo e alma neste evento por mais de 35 anos, e estava ansioso para liderar várias próximas edições”, disse o agora ex presidente do SXSW. 

“De qualquer forma, estarei torcendo muito para que o time de Austin siga em frente. A cidade, o país, o mundo precisam da energia positiva que o SXSW vem provendo de forma tradicional, e precisam dela agora mais do que nunca.”

Hugh Forrester

Hugh Forrester ingressou ao SXSW em 1989, tornando-se uma parte integral do seu crescimento desde então. A ele é creditado o sucesso das vertentes de tecnologia, filmes e interatividade — hoje, três das mais importantes do festival e que, por muitas fontes, responsáveis por levar o South by Southwest ao calendário internacional.

Forrest foi promovido a co-presidente do festival em 2022, comandando-o ao lado de Jann Baskett (Chief Branding Officer), a fim de substituir o então CEO Roland Swenson. Em dezembro de 2024, Forrest assumiu a liderança completa do evento.

Os layoffs não serão a única necessidade de adaptação do SXSW: em 2026, o festival não poderá contar com o centro de convenções de Austin, no Texas. Palco do evento há décadas, o local será fechado para uma ampla reforma, que deve atravessar o calendário sem chance de tempo hábil para a sua realização.

A P-MRC não comentou as mudanças do SXSW até o fechamento deste texto.

Rafael Arbulu

Redator

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.

Jornalista há (quase) 20 anos, passeando por editorias como entretenimento, tecnologia e negócios, sempre com um olhar crítico e praticamente nostálgico. Por toda a sua carreira, sempre buscou detalhar desde as tendências mais disruptivas do mercado até as curiosidades culturais que desafiam a lógica do "só porque é novo, é melhor". Fã de vinis, cervejas especiais e grandes sagas literárias, ele traz para os textos doses generosas de referências pop – mas sem esquecer que, no universo corporativo, até o lado B precisa fazer sentido.