A obra do Centro de Convenções de Teresina é um exemplo de grande desperdício de dinheiro público. Reforma iniciada há cinco anos está paralisada desde abril de 2011.
O local onde eram realizados eventos públicos na Capital e tinha um auditório que recebia cerca de 500 pessoas, foi fechado há mais de cinco anos para realização de um grande reforma, mas ao todo, já foram gatos mais de R$ 5 milhões na obra que ainda permanece inacabada.
O projeto previa a construção de um auditório para 1.200 lugares, outras seis salas e dois pavilhões de exposição, além de um estacionamento, mas nada saiu do papel. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagem, Filomeno Montanha, o prejuízo para a cidade é incalculável.
“As perdas são muito grandes. As áreas da hotelaria, do comércio, do transporte, das empresas de eventos foram todas afetadas. Por conta da situação, não pode mais receber os grandes eventos. Atualmente, Teresina só tem capacidade de receber eventos com no máximo 600 pessoas”, disse.
A obra que tem recursos garantidos pelo Ministério do Turismo foi paralisada duas vezes, na última, em abril de 2011, o Tribunal de Contas da União viu irregularidades envolvendo a ausência de planilhas orçamentárias e a suspeita de superfaturamentos. Mais de dois anos depois, a obra continua paralisada e ninguém foi responsabilizado.
O local está abandonado e não tem nenhum vigia. Atualmente, a estrutura está servindo apenas como estacionamento para servidores da Assembleia Legislativa. A situação revolta quem reconhece a importância do local.
“O dinheiro que foi colocado na estrutura é nosso. É do povo. Assim, ele não pode ser gasto aleatoriamente. O que se vê no local, é que existiu coisa errada”, declarou o jornalista Carlos Augusto Medeiros.
De acordo com o advogado José Pedro Sobreira o problema é ainda maior porque o local também está servindo de refúgio para ações delituosas.
“A pessoas costumam chamar a obra de elefante branco. Isso causa um mal estar por estar servindo não só de estacionamento, mas também no refúgio de marginais, delinquentes, utilização para prática de sexo e outras coisas ilícitas, ilegais ou imorais. Tudo isso, ao lado do poder Judiciário e Legislativo. Do lado dos dois poderes constituintes do estado, está esta obra que mais parece uma sucata”, afirmou Sobreira.
Sobre a questão, a Secretaria de Turismo do Piauí informou que o edital de licitação para a retomada da obra foi enviada para a Procuradoria Geral do Estado. O secretário José Nery disse que o valor da licitação ficará em R$ 21 milhões. Segundo ele, a Setur tem garantidos R$ 4,5 milhões, dinheiro que faz parte de um convênio com o Ministério do Turismo.
De acordo com o secretário, o restante do dinheiro será viabilizado pelo Governo do Estado e o Ministério do Turismo. Até o momento, apenas 35% da obra está concluída e José Nery afirma que o projeto foi simplificado e que a finalização da parte física deve estar pronta em um ano.