Experiência de Marca

Fazer ou não fazer apps? E o que isso tem a ver com promo?

De acordo com estudos da localytics, entre 2010 e 2012, foi percebido que 22% dos app para <em>mobiles</em> são usados apenas uma vez, isso quer dizer que quase um, em cada quatro apps, morrem no primeiro contato.

Por Leonardo Tostes

Então, no meio de uma conversa de planejamento com o seu cliente surge a ideia:

“Ei, vamos fazer um app para a sua ação?”

Assim costuma ser o início de uma boa venda e uma péssima decisão.

Um app é como qualquer ação de marketing, ela tem uma razão de existir que vai além do glamour da tecnologia, ela tem de ser focada em quem vai usar e sobre sua relevância.

Daí eu me pergunto, quem nunca baixou um app, em smartphone ou tablet, usou apenas uma vez e depois jogou fora? Que jogue a primeira pedra quem nunca fez, isso é bem comum.

De acordo com estudos da localytics, entre 2010 e 2012, foi percebido que 22% dos app para mobiles são usados apenas uma vez, isso quer dizer que quase um, em cada quatro apps, morrem no primeiro contato. Para mostrar o outro lado, apps usados 11 vezes ou mais representam 34%. O que existe entre um e 11 vezes são números pífios.

Mas o que isso tem a ver com promo? Tudo!

Cada vez mais usamos tecnologias como argumento de inovação, clientes são orientados que façam ativação em redes sociais durante eventos, ou que desenvolvam app superbacanas para ativar um produto ou serviço apresentado numa feira. Todo mundo quer tecnologia e inovação, mas fazer app talvez não seja a solução no seu caso.

Para esse assunto, vou compartilhar algumas orientações de amigos e empresários no ramo.

1. Apps são tecnologia como qualquer outra, inclusive tão hightech quanto seu micro-ondas ou carro. O que o torna inovador é o que faz, a relevância que representa para o consumidor, não a tecnologia em si. Consumidores de app não consideram ter app uma coisa inovadora, se não acredita pense nos apps que você tem e se pergunte se eles são algo tão fora do normal.

2. Nunca comece já dando a solução para o cliente se você não domina bem o mercado dele, vai acabar surgindo ideias que custarão caro e trarão pouco, ou nenhum resultado. Nada pior que seu cliente investir R$ 50mil num app e depois descobrir que foram baixados cinco na App store e seis no Android Play depois de um mês de ativação do produto/serviço.

3. Não busque desenvolvedor, busque parceiro que pensa negócios e usuário e que também desenvolva. Um desenvolvedor apenas desenvolve softwares, um parceiro que pensa negócios pensa em apps que façam a diferença e também o desenvolvem. Essa diferença faz, e perdão pela redundância, toda a diferença.

4. Desenha a ideia com o cliente se você for capaz disso, senão, leve alguém do seu time que tenha essa competência. Desenvolvimento costuma ser uma formula baseada em três pilares: ser factível, ser atrelado a verba e num prazo viável. Não invente uma ideia e depois procure desenvolvedores e pergunte se é possível, de forma barata e em pouco tempo, vai queimar a sua imagem e a imagem da sua empresa.

5. Tente imaginar como o app ajudará na ativação no médio prazo, não apenas no curto prazo. Essa visão de curto pode levar a uma péssima experiência e frustração, o que vai contra a sua função mais básica, pense, o app pode ser uma parte da ativação que o consumidor irá levar com ele e que pode até mesmo ajudar a aumentar o alcance da ação. De forma simples, se for pensamento de curto faça algo impressionante, muito divertido e que possa ser descartado, se for de médio algo útil que vale ser mantido instalado. Não considero longo prazo porque o mercado flutua muito, pessoas mudam de equipamento, algumas vezes de sistema operacional e o produto/serviço perde a relevância.

Apps podem ajudar em qualquer campanha de ativação de marcas, produtos ou serviços, mas eles devem existir para agregar, se não for o seu forte, insira alguém com essa característica na sua equipe ou busque parceiros que possam te dar essa competência.

Bons negócios!