Branding no mercado 60+: além dos Baby Boomers a Geração X chegou lá

Por que o marketing insiste em uma nota só quando a orquestra da maturidade toca uma sinfonia rica e complexa? Se o público 60+ já era um universo de oportunidades negligenciadas, a chegada da Geração X aos 60 anos, somada à herança transformadora dos Baby Boomers, eleva a urgência de uma revisão estratégica no mundo do branding, negócios e da comunicação. Ignorar essa poderosa confluência de gerações não é apenas perder mercado e dinheiro; é desconectar-se das próprias raízes da cultura contemporânea e de um futuro promissor e diversificado.

Os Baby Boomers, os grandes protagonistas da explosão comportamental pós-guerra, pavimentaram o caminho para a sociedade que conhecemos hoje. Testemunhas e, em muitos casos, os próprios padrinhos do recém-nascido rock’n’roll nos anos 1950 em diante. Eles desafiaram convenções, questionaram o status quo e injetaram uma nova energia no mundo. Sua influência ressoa até hoje na música, na moda, nos valores sociais e, crucialmente, no consumo. Essa geração, agora firmemente estabelecida no grupo 60+, carrega consigo uma história rica e uma mentalidade muitas vezes mais aberta e engajada do que os estereótipos sugerem.

Agora, a Geração X, moldada pela vivência da revolução digital no mundo e com uma experiência de transição entre o analógico e o online, junta-se a essa faixa etária, trazendo consigo sua própria bagagem de experiências e uma familiaridade intrínseca com a tecnologia. Essa dupla onda prateada representa um contingente de consumidores com poder aquisitivo significativo, estilos de vida diversos e uma sede contínua por experiências e produtos que ressoem com suas identidades multifacetadas.

Para as empresas que desejam prosperar nesse novo cenário, a estratégia precisa ir além da simples inclusão; ela deve abraçar a complexidade e a riqueza dessas gerações. É fundamental reconhecer a influência duradoura dos Baby Boomers e a sua conexão emocional com marcas que marcaram época, ao mesmo tempo em que se adapta à agilidade digital e à busca por autenticidade da Geração X. Engana-se quem pensa que os 60+ têm suas marcas e não trocam por conforto ou medo de errar. Eles trocam por desconforto e busca de novas experiências.

As vantagens de uma abordagem estratégica para o público 60+ são inegáveis: fidelização multigeracional, já que filhos e netos muitas vezes se influenciam nas decisões de compra; um ticket médio consistente, impulsionado pela estabilidade financeira; e um potencial de advocacy da marca poderoso, construído sobre a confiança, reciprocidade, entregas dos atributos prometidos e a identificação com o posicionamento de marca.

No entanto, a comunicação precisa ser sofisticada e segmentada. O marketing genérico ou etarista não terá aderência ou respostas. É preciso criar narrativas que celebrem a história e a vitalidade dos Baby Boomers, ao mesmo tempo em que se engaja com a praticidade e a mentalidade digital da Geração X. Isso envolve desde a escolha de canais de comunicação adequados até a linguagem utilizada e a representação autêntica dessas faixas etárias nas campanhas.

As empresas que compreenderem a sinfonia prateada da transformação, que reconhecerem a herança cultural dos Baby Boomers e a adaptabilidade da Geração X, estarão afinadas com um mercado em plena expansão. Aquelas que persistirem em visões simplistas e desatualizadas correm o risco de perder o compasso e serem abandonadas por uma audiência vibrante, influente e ávida por marcas que realmente as entendam e valorizem. A era do marketing da maturidade atingiu um novo patamar, e o sucesso reside em sintonizar-se com a melodia complexa e poderosa dessas duas gerações transformadoras. Palavra de quem atua em projetos e consultoria somente neste segmento há onze anos.