O coro de pessoas frustradas com as mudanças no Rock in Rio ficou do lado de fora da Cidade do Rock. Estamos há mais de seis meses lendo comentários sobre como o festival perdeu a sua essência. Além de, claro, críticas à polêmica estreia do sertanejo no Palco Mundo. Mas, no fim das contas, quem decidiu encarar o festival não se arrependeu. Tudo indica que os haters são mais barulhentos do que numerosos.
Com 5 dias de ingressos esgotados, a edição de 40 anos do Rock in Rio foi um sucesso. Eu estive por lá nos dias 14, 19, 20 e 21, e digo tranquilamente que os fãs curtiram demais. Em um ambiente mágico, o público pode se conectar com seus artistas favoritos, com marcas, com as pessoas, e viver o slogan da Rock World: a vida é ao vivo.
É claro que a edição não foi perfeita. Desde atrasos de shows, principalmente no Dia Brasil, até estruturas sem segurança, como a escada do Primeira Classe, há muito a corrigir. Além disso, devem repensar a dinâmica de copos “sustentáveis” para 2026. Afinal, não há nada sustentável em carregar vários copos pelo festival (um para cada marca de bebida consumida) e não poder levá-los no outro dia, para quem compareceu em mais de uma data.
De todo modo, ao contrário do que os críticos da internet dizem, o Rock in Rio não perdeu a essência. A essência do rock in rio não é o rock, mas sim proporcionar experiências novas e inesquecíveis às pessoas, algo dito pelo próprio CEO, Luís Justo, no Rock in Rio Academy, no qual o Promoview também esteve presente.
Para mim, foi ver a Ivete Sangalo, de quem eu sou muito fã, voar sobre o público no Palco Mundo. Ou então cantar com uma banda improvisada na ativação de Lagunitas. Minha amiga deu a primeira volta em uma montanha-russa de sua vida na Cidade do Rock. Enquanto minha irmã participou pela primeira vez de uma experiência de realidade aumentada.
Essas histórias sim são numerosas e garantem próximas edições do Rock in Rio, com ou sem rock.
Críticas a novos estilos musicais
Quanto um naming afeta um negócio? No caso do Rock in Rio, muito. Por levar “rock” no título, o festival foi colocado em uma caixinha da qual está difícil sair. “Muda o nome então” é um dos comentários mais populares na internet, normalmente seguidos por uma enxurrada de likes.
A rejeição aos estilos musicais populares não é de hoje, Carlinhos Brown foi vaiado no Rock in Rio em 2001, em um episódio que, de acordo com o próprio cantor “tem racismo e preconceito com a música envolvidos”. Desde 2019, o evento conta com o Espaço Favela, que também recebeu críticas desde o lançamento até a edição atual, na qual se transformou em Palco Favela. Parece que os apegados as edições nostálgicas se recusam a seguir em frente e aceitar que, além do festival, a própria música brasileira mudou.
Não à toa, trap e sertanejo ocuparam o Palco Mundo no Dia Brasil, enquanto o samba tocou no Sunset. Parece estranho aos livros de história, mas condiz com as paradas dos streamings de música. Não tem jeito, o Rock in Rio está mirando nas novas gerações, público mais assíduo de festival. Quem sabe, em alguns anos, essas pessoas se tornarão os próximos nostálgicos enraivecidos da internet. Enquanto esse dia não chega, as críticas ao Rock in Rio até podem lotar comentários no Instagram, mas os apaixonados pelo festival lotam o Parque Olímpico.