A Fadinha e o Santinho

O fantástico mundo do marketing esportivo nos traz a cada dia mais e mais histórias de ações que ganham ressonância a partir de fatos que, na verdade, não percebemos. Nossa vida tem sido vivida de forma muito rápida. Estamos com mais pressa de chegar do que de saber aonde o caminho vai nos levar. E, dessa forma, acabamos não identificando fatos, notícias e ações que realmente foram muito bem sacadas e planejadas.

Uma dessas ações aconteceu no último fim de semana com Rayssa Leal e sua medalhinha no pescoço, e que acabou trazendo notoriedade ao patrocinador, Banco do Brasil. A ideia de produzir uma espécie de medalha, daquelas que usamos para nos proteger, é absolutamente maravilhosa. Digo isso porque no domingo, 15 de dezembro, tivemos um acidente com um dos skatistas que, assim como Rayssa, disputavam a Liga Mundial de Skate Street. Daí a importância de se ter uma medalha de proteção.

Calma, senhores. Não estou querendo comparar nada com nada. Só estou mostrando uma opinião a respeito de uma ação muito bem pensada. Por outro lado, fico imaginando a cobrança por resultado em cima do profissional que levou essa ideia para aprovação. Talvez tivesse tido vontade de sumir, pois, ano após ano, nesses últimos três em que Rayssa vem usando a medalha do BB, muita gente deve ter cobrado resultados.

Nada para mim é muito por acaso. Talvez houvesse um desejo por parte do patrocinador de colocar a medalha em evidência, vai saber, mas fato é que funcionou muito bem. E é ótimo que seja mais um case de sucesso, mostrando principalmente o relacionamento entre as partes. Muito bom. E que sirva de exemplo para outras ações nessa linha.

Agora, muita atenção. Aliás, os que já me acompanham com minhas ideias sobre marketing sabem que eu prego sempre que, para se montar, criar e produzir ações de excelência nesta área, é preciso mais atenção que criação. As coisas simples são uma grande oportunidade, na maioria das vezes. Não conheço quem criou a ação com Rayssa e o BB. Mas percebam a simplicidade e como é singela a ação proposta, e agora com o resultado que gerou.

O skate é um esporte que apresenta riscos. Seus atletas vivem voando e saltando sobre obstáculos, executando acrobacias impressionantes e sem nenhuma margem de segurança, vamos dizer assim.

Aparece então um talento magnífico, uma menina que também é conhecida como “Fadinha”, que, se por um lado nos remete às mágicas que a atleta pode fazer, por outro, o fato de estar no diminutivo, uma vez que ela começou sua trajetória muito cedo, também confere certa fragilidade a nossa protagonista.

É esse o meu conceito para a criação. Prestar atenção ao que é simples e óbvio.