Desde os Jogos do Rio de Janeiro, quando o Comitê Olímpico Internacional, criou uma bandeira para que atletas refugiados pudessem competir, que este time se tornou uma atração e um exemplo dos ideais olímpicos. Presente no Rio, e depois em Tóquio; hoje os atletas convocados, encontram-se treinando o time com vistas a próxima Olimpíada.
Esta iniciativa do COI, visa fornecer uma plataforma para atletas que foram deslocados de seus países de origem devido a conflitos ou perseguições, e permitir que esses atletas continuem competindo em alto nível, apesar das dificuldades que enfrentam.
Esta é uma mensagem poderosa de esperança, solidariedade e inclusão, que traz em si
uma centelha de esperança por um mundo melhor, para todos, e que esperamos venha a
se tornar uma prática, até que não existam mais refugiados, o que mais parece uma
utopia do que realidade.
Em Paris 2024, sob a bandeira branca dos refugiados, novamente estará a frente destes
atletas talentosos, e que mesmo deslocados conseguiram a oportunidade de competir no
maior evento esportivo do mundo.
Lembro ainda que essa iniciativa leva em conta, não só as habilidades atléticas dos
participantes, mas também aumenta a conscientização sobre a crise global de refugiados
e promove valores de solidariedade e respeito mútuo.
O processo de seleção e treinamento para participar do Time Olímpico de Refugiados
envolve várias etapas e colaborações entre o Comitê Olímpico Internacional, as federações esportivas internacionais, organizações não governamentais (ONGs) e outras entidades relevantes.
Selecionamos aqui os principais pontos para identificação e seleção destes atletas, que
acabam tendo origens diferentes, mas são unidos por uma bandeira de esperança e crença na humanidade.
- Identificando os talentos
O COI e suas organizações parceiras trabalham em estreita colaboração com
ONGs, agências de refugiados e organizações esportivas locais para identificar
atletas talentosos entre os refugiados. Isso pode envolver pesquisas em campos
de refugiados, comunidades de refugiados em cidades ao redor do mundo, bem
como o uso de redes de contatos dentro dessas comunidades. - Avaliando as habilidades
Os atletas identificados passam por uma avaliação de habilidades para
determinar seu nível de aptidão em suas respectivas modalidades esportivas. Isso
inclui testes físicos, técnicos e psicológicos para avaliar o potencial de
competição em nível internacional. - Seleção final
Com base nos resultados das avaliações de habilidades, um grupo de atletas é
selecionado para fazer parte do Time Olímpico de Refugiados. A seleção é feita
levando em consideração a aptidão e o talento esportivo de cada atleta, em sua
modalidade, a seu histórico pessoal como refugiado e sua capacidade de
representar os valores do movimento olímpico. - Apoio
Uma vez selecionados, esses atletas recebem apoio para facilitar seu
treinamento e preparação. E isso inclui assistência financeira para cobrir
despesas relacionadas a viagens, treinamento, equipamentos esportivos,
cuidados médicos e outros aspectos necessários para sua preparação. - Treinamento intensivo
Os atletas geralmente são colocados em programas intensivos, muitas vezes sob
a orientação de treinadores de alto nível e em instalações esportivas de
qualidade. Eles treinam em centros de excelência esportiva, em clubes ou
equipes locais, dependendo da disponibilidade e das necessidades específicas de
cada atleta e sua modalidade. - Acompanhamento contínuo
Durante todo o processo esses atletas recebem acompanhamento e suporte
contínuo de treinadores, médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros
especialistas, para garantir que estejam nas melhores condições físicas e mentais
para competir.
Ao longo desse processo, é enfatizada a importância não apenas do desempenho esportivo, mas também do desenvolvimento pessoal e da integração dos atletas refugiados na comunidade esportiva global. O Time Olímpico de Refugiados não apenas proporciona uma oportunidade de competição, mas também serve como um símbolo de esperança, resiliência e solidariedade em meio às adversidades enfrentadas pelos refugiados em todo o mundo.
As chances destes atletas Refugiados conquistarem uma medalha olímpica são difíceis de prever, pois dependem de vários fatores, incluindo o talento de cada um deles dos individualmente, a competitividade em suas respectivas modalidades esportivas e o
contexto das competições.
No entanto, é importante notar que muitos atletas do Time Olímpico de Refugiados demonstraram habilidades esportivas notáveis e têm competido em alto nível, muitas vezes superando desafios extraordinários. Alguns desses atletas têm experiência prévia em competições internacionais antes de se tornarem refugiados, enquanto outros pode ter começado a praticar esportes enquanto estavam em campos de refugiados ou em
países de acolhimento.
Embora conquistar uma medalha olímpica seja um desafio significativo para qualquer atleta, independentemente de sua origem ou situação, estes atletas têm mostrado uma
incrível determinação e resiliência, e são suas performances inspiradoras que capturam a
atenção e o apoio de pessoas ao redor do mundo.
E principalmente por conta disso, essa participação vai além do aspecto competitivo; eles representam uma mensagem poderosa de esperança, inclusão e solidariedade que ressoa amplamente com o espírito olímpico.
Mesmo com chances mínimas de conquistar medalhas, a presença do Time Olímpico de
Refugiados é uma demonstração significativa e um testemunho de coragem e perseverança para todos, inclusive seus adversários nos Jogos e em seus próprios países. Por conta de ideias como esta, é que continuo escrevendo e defendendo o que considero mais importante, a possibilidade de transformar o esporte.