Não importa em que setor você trabalha, em algum momento você vai participar ou já participou de uma reunião com colegas do mercado. Já viajou para a convenção da empresa ou foi convidado para um congresso com a presença de executivos e palestrantes de outros estados ou países para compartilhar experiências sobre a sua atividade. Pode ainda ter visitado uma feira de negócios no Anhembi, no São Paulo Expo, no Center Norte ou em qualquer pavilhão de exposições das grandes capitais. Pode até ter viajado para fora do país para conhecer as novidades em produtos e serviços do segmento em que sua empresa atua.
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Ao participar destes eventos e navegar pelas letrinhas do acrônimo M.I.C.E. – das Meetings, Incentives, Conferences e Exhibitions, ajudou a movimentar esta roda econômica utilizando os serviços da companhia aérea, da hospedagem, do transporte, dos restaurantes, das compras e até mesmo do lazer ao aproveitar uma horinha entre uma reunião e outra para visitar um monumento ou dar uma chegadinha num museu famoso.
Então, independente do ramo de negócios em que você trabalha, e da frequência com que se desloca a negócios, está incentivando, motivando e participando desta imensa indústria das viagens corporativas, desenvolvida por gente muito competente e preparada para lhe oferecer sempre a melhor experiência, não importa em que destino esteja.
Os meeting planners, de forma estratégica, dão forma aos eventos com muito jogo de cintura, criatividade, organização, noites sem dormir, muito planejamento e muito suor para garantir que qualquer tipo de evento surpreenda, emocione, impacte e engaje os participantes. Ao mesmo tempo em que precisam atender um orçamento apertado, uma logística muitas vezes insana e fazendo com que o evento cumpra todos os objetivos da marca patrocinadora. Ou seja, o setor de eventos não é para amadores e está longe de ser um setor informal ou sem indicadores de desempenho, impacto social ou retorno de investimento.
Então, quando os profetas do amanhã afirmam que a tecnologia é uma das tendências irreversíveis e estará cada vez mais impregnada nestas atividades eu concordo e discordo. Primeiro, concordo que processos e ações serão realmente melhorados a partir da simplificação e da automação de algumas atividades como busca, compra, agendamento, inscrição, emissão de crachás, check in e envio de arquivos e streaming, por exemplo. E que experiências mobile, inteligência artificial, criptomoedas, robôs, projeção mapeada e tantos outros recursos gráficos e de áudio e vídeo vão expandir e impactar nossos sentidos.
Contudo, discordo que toda esta parafernália tecnológica vá se sobrepor ao calor humano dos eventos corporativos, das conferências e festivais. Pode ser um fórum, um congresso, um summit, uma jornada, uma mesa redonda, um painel, um simpósio, uma conferência, uma simples palestra ou qualquer outro tipo de evento: sem a participação, a troca e o envolvimento das pessoas nada acontece.
O olho no olho, o apertar de mãos, a voz, o abraço ou simplesmente o puxar conversa com alguém desconhecido no café, são ações insubstituíveis e me fazem ter certeza de que não importa o tamanho do evento, não importa a quantidade de temas ou de palestrantes nem o tipo da tecnologia envolvida, o melhor conteúdo dos eventos, hoje e no futuro, continuará sendo mesmo o das pessoas.
Este meu artigo é de 2015, quando inaugurei o meu blog Mice Business e ele continua atual mesmo depois de tantos avanços das técnicas, modelos e tipologia de eventos. Vieram os híbridos, os virtuais de multiplicaram com a pandemia, o digital vem abocanhando verbas, mas as pessoas continuam sendo o centro de tudo e serão cada vez mais importantes na medida em que os negócios precisarem da segurança do humano para compensar a internet que caiu. Vocês estão me ouvindo, já diria alguém no zoom. 🙂
Como uma grande teia, fornecedores, clientes, produtores, hoteleiros, planners, imprensa, companhias aéreas, gestores de marcas, incentivo e de live marketing, estão todos interconectados. E quanto mais lembrarmos da nossa interdependência, mais frutos colheremos na vida e em nossos negócios.