Promotoras de eventos são aquelas meninas lindas que passam horas em frente a um estande, sem parar de sorrir um minuto, agregando suas belas imagens às das empresas que as contratam como freelancers. Em 99% dos trabalhos, passam o tempo todo ouvindo gracinhas de marmanjos, cantadas, comentários baixos, propostas indecentes. Uma verdadeira falta de respeito com esta profissional que só traz mais brilho a qualquer evento.
Na Campus Party, porém, a vida delas é um sossego. Como a grande maioria do público é formada por adolescentes tímidos – “nerds” -, as promotoras passam quase invisíveis. Os garotos parecem ter medo até de chegar perto. É como naquela série “The Big Bang Theory” – o grupo de geeks se sente acanhado perto da vizinha bonita.
“Os meninos daqui são todos uns amores. Eles falam baixinho, nos respeitam. Não ouvi nenhuma cantada até agora”, diz Monize Davini, uma jovem de 18 anos que colore o estande da Petrobras. “O pessoal aqui está todo interessado na parte tecnológica. Eles perguntam, a gente responde, e é isso. Uma relação de respeito”, emenda Bruna Brendaglia, 25, promotora da Companhia Aérea Azul.
Vestida como aeromoça, num tailleurzinho bem comportado, Bruna explica que o uniforme de trabalho é o que determina se seu trabalho será tranquilo ou não. “No Salão do Automóvel, por exemplo, a gente veste uns macacões apertados, e aí a marmanjada fica toda assanhada.”
Monize conta que já passou apuros numa festa universitária, em que foi contratada para promover uma tequila. “Os caras beberam demais, ficaram saidinhos, e aí foi tenso”, diz ela.
Mas há também os momentos tensos na Campus Party para as promotoras. Em frente a um estande de robótica, uma loirinha, que não quis se identificar, fazia cara de paisagem a cada pergunta dos geeks. “Ai, não sei… vê com o japonês ali”, ela disse a um garoto magricela que lhe perguntara sobre… sobre… bem, a pergunta era mesmo complicada. Melhor deixar pra lá.
Exceção
Porém, se nesta edição da Campus Party o trabalho das promotoras está sendo respeitado, o mesmo não se pode dizer da edição de 2009, quando uma “Coelhinha da Playboy” foi assediada por um marmanjo de plantão e teve o seu “bumbum” apertado. Leia a matéria completa aqui.
É importante que as pessoas tenham consciência de que estas jovens estão ali a trabalho e, a beleza delas não é o que está em conta e, sim, o serviço que estão prestando às empresas que as contrataram.