A contratação do atacante Robinho até o momento é uma dor de cabeça intermitente ao Santos, mas agora começou a doer no bolso.
A empresa de ortodontia Orthopride anunciou no fim da última quarta-feira (14), que rompeu o contrato de patrocínio com o clube, alegando justamente a entrada do jogador ao elenco como motivo – afinal, Robinho no momento foge de uma condenação de nove anos na prisão na Itália por crime de estupro.
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Procurado pelo Globo Esporte, o diretor de operações da empresa Richard Adam confirma que a decisão se deu por conta dos crimes cometidos pelo jogador, os quais vão contra os valores da marca.
“Nosso público é majoritariamente feminino, e, em respeito às mulheres que consomem nossos produtos, tivemos que tomar essa decisão.” diz o executivo, que ainda salienta que a Orthopride não foi informada de forma antecipada sobre a contratação de Robinho comentando que “Fomos pegos de surpresa pela imprensa no fim de semana.”
Com contrato até então com data final para fevereiro de 2021, a Orthopride é efetivamente o primeiro patrocinador a tomar uma ação contra o Santos por conta de Robinho.
Com um acordo de cinco meses para jogar pelo clube, o jogador desde que foi anunciado no time no último final de semana desperta indignação e discórdia entre o público, com muitos torcedores se mostrando contrários à contratação e chegando a renunciar temporariamente sua torcida – o UOL relata que treze coletivos de torcedoras enviaram uma notícia de infração disciplinar ao STJD, que pede a anulação do registro do contrato.
O cerne da questão sem dúvida é a condenação na Corte de Milão, anunciada em novembro de 2017 como “Violência sexual em grupo”.
Embora o processo tenha levado a categorizar as ações de Robinho e um amigo como de “desprezo absoluto” pela vítima, com direito a “humilhações repetidas” e “atos de violência sexual pesados”, o Santos se apoia no recurso engendrado pela defesa do jogador para manter sua decisão pela contratação em voga.
“O clube não pode entrar no mérito da acusação, pois o processo corre em segredo de Justiça na Itália e sobretudo o Santos FC orgulha-se de, em sua história, sempre respeitar as garantias fundamentais do Ser humano, dentre as quais, a presunção da inocência e o respeito ao devido processo legal.” escreve o Santos em nota oficial publicada no mesmo dia do rompimento do contrato de patrocínio pela Orthopedia. “Ressalta-se ainda que não há condenação definitiva e o atleta responde em liberdade e não será o Santos FC que lhe dará uma sentença antecipada, prejulgando e o impedindo de exercer sua profissão.”
Além da Orthopedia, outros cinco dos dez patrocinadores remanescentes – a Umbro Brasil, a Tekbond, a Casa de Apostas, a Kicaldo e a Philco – informaram publicamente que não foram informadas pelo Santos da contratação do jogador.
Resta saber se o rompimento da marca de ortodontia será um gesto único ou o começo de uma debandada geral.