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EUA temem que Google use fim de 'cookies' para prejudicar concorrência

Há um ano, o Google anunciou que proibiria alguns cookies em seu navegador Chrome para aumentar a privacidade dos usuários.

O plano do Google de bloquear as populares ferramentas de rastreamento na web chamadas cookies está gerando temor entre os investigadores do Departamento de Justiça dos EUA, que têm perguntado aos executivos da indústria de publicidade se a ação da gigante das buscas realmente visa garantir a privacidade dos internautas ou na verdade prejudicará seus concorrentes menores.

Há um ano, o Google anunciou que proibiria alguns cookies em seu navegador Chrome para aumentar a privacidade dos usuários.

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Nos últimos dois meses, a empresa divulgou mais detalhes, levando concorrentes no setor de anúncios on-line a reclamar da perda da ferramenta de coleta de dados.

Google:-Menos cookies no Chrome poderiam prejudicar concorrência, temem investigadores em Washington (Foto: Arnd Wiegmann/Reuters). 

Os questionamentos dos investigadores do Departamento de Justiça abordam como as políticas do Chrome, incluindo aquelas relacionadas a cookies, afetam as indústrias de anúncios e notícias, disseram quatro fontes a par das conversas.

Os investigadores querem saber se o Google está usando o Chrome, que tem 60% do mercado global dos navegadores, para de fato reduzir a concorrência, evitando que empresas de publicidade rivais rastreiem usuários por meio dos cookies — enquanto ao mesmo tempo deixa brechas para coletar ele mesmo dados com cookies, ferramentas de analytics e afins, acrescentaram as fontes.

Os questionamentos demonstram que o governo americano está de olho nos projetos do Google no mercado global de anúncios on-line, em que ele e o Facebook controlam cerca de 54% da receita.

Estado altera processo

Executivos de mais de uma dezena de empresas de diversos setores falaram com os investigadores do Departamento de Justiça, disse uma das fontes.

O governo tem investigado os negócios de busca e publicidade do Google desde meados de 2019 e, em outubro passado, processou a empresa por supostamente usar táticas anticompetitivas para manter o domínio de seu mecanismo de busca. Ele continua a investigar as práticas de publicidade do Google.

Os investigadores também perguntaram aos concorrentes da gigante de buscas se eles encontraram comportamento semelhante ou pior do que as acusações focadas em publicidade que procuradores-gerais do Texas e de outros Estados levantaram contra o Google em um processo em dezembro passado, disseram as pessoas. O Departamento de Justiça não quis comentar.

O Google defendeu seu negócio de publicidade, dizendo que ajuda as empresas a crescer e protege a privacidade dos usuários de práticas exploratórias.

“A enorme competição em ferramentas de publicidade tornou os anúncios on-line mais acessíveis, reduziu as taxas e expandiu as opções para editores e anunciantes.”, disse a empresa em comunicado.

O Texas alterou na terça-feira (16), seu processo judicial contra o Google para, entre outras coisas, alegar que as próximas mudanças no Chrome “São anticompetitivas porque aumentam as barreiras à entrada e excluem a competição.” na publicidade na web.