O TikTok decidiu estabelecer uma política de tolerância zero com deepfakes, e, por isso, banirá todos os vídeos que fazem uso da ferramenta de sua plataforma.
“Nós estamos adicionando uma política que proíbe manipulações de imagem que possam causar desinformação ao usuário por distorcer eventos reais de forma potencialmente prejudicial.”, afirmou Vanessa Pappas, gerente das operações do TikTok nos Estados Unidos.
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O deepfake é uma ferramenta tecnológica que permite ao usuário colocar o rosto e a voz de outra pessoa por cima dos seus próprios. Com isso, é possível, então, fazer desde um vídeo do presidente Donald Trump dizendo algo que o mesmo nunca diria, até fazer brincadeiras com rostos de celebridades para fins humorísticos – uso mais comum do software, vale lembrar.
“Nossa intenção é proteger os usuários de coisas como deepfakes, pois mesmo que esse software já estivesse coberto por nossas diretrizes de uso, os novos termos de uso deixam mais claro o que pode e o que não pode ser postado no TikTok.”, afirmou Pappas.
A-noticia chega em um momento curioso: o TikTok está em um complicado imbróglio envolvendo uma potencial compra pela Microsoft.
Além de proteger a plataforma contra contas potencialmente mal intencionadas que desejem propagar desinformação, a novidade também afeta um outro nicho da plataforma: os já citados deepfakes com conotação humorística.
O jornalista e deepfaker Bruno Sartori, por exemplo, constantemente faz vídeos com o software para fazer piada com o presidente Jair Bolsonaro.
Sartori, assim como outros, terão uma plataforma a menos para continuar seu trabalho, a menos que a empresa abra uma improvável exceção para fins cômicos.
É bastante provável que a decisão tenha sido tomada pensando já nas vindouras eleições americanas de 2020, que se avizinham e podem ser bastante influenciadas por vídeos virais contendo conteúdo falso produzido por deepfakes.
Desde as influências externas e internas (por meio de produção em massa de fake news) nas eleições presidenciais de 2016, as principais plataformas de mídias sociais têm observado quaisquer eventos ou recursos que possam ser potencialmente prejudiciais para um processo eleitoral, e atentar-se aos deepfakes, inevitavelmente, faz parte disso.