Navegar em eventos on-line tem sido um desafio em um mundo onde realizá-los fisicamente se tornou impossível. A CES, foi descrita como difícil de acompanhar, e cheia de apresentações e salas de conferência em vídeo e baixa integração.
Mas o BIG Festival, maior festival independente de games da América Latina, está disposto a tentar e tem um plano para fazer um evento online diferente de qualquer outro.
Tudo sobre o mercado de games está aqui.
Leia também: BIG Festival confirma edição para maio.
O festival de games, que acontece entre os dias 3 e 9 de maio, terá participação de desenvolvedoras nacionais e internacionais de jogos, plataformas e até uma parceria inédita no Brasil com o Discord, canal de comunicação bastante utilizado pela comunidade gamer.
Todo-o evento é gratuito, à exceção das rodadas de negócio, e o cadastro pode ser feito pelo site.
“Estamos redesenhando o evento do zero. Temos a experiência do evento físico, mas o desafio é como transportar os aspectos essenciais do BIG para o ambiente online.”, afirma Gustavo Steinberg, idealizador do festival.
No ano passado, pega repentinamente pelo início da pandemia, a organização do evento optou por realizar apenas a área de interações comerciais, em que produtoras e desenvolvedoras de jogos poderiam fechar parcerias e acordos.
A organização do festival transpôs as ferramentas de reuniões para o virtual e obteve sucesso com esse aspecto do evento. Desde 2012, segundo estimativas da organização, o BIG já gerou 200 milhões de dólares em negócios durante o evento.
Em 2021, a ideia é repetir esse processo, mas também trazer a área de usuários e gamers, que teve de ser deixada de lado no ano passado. Para isso, os organizadores pesquisaram o que deveria ser apresentado e como fazer isso.
O BIG, este ano, contará com área de palestras, rodadas de negócios, campeonatos amadores de e-Sports e até um portal de empregos para permitir que os participantes possam buscar por oportunidades na área de forma organizada, não só pelos contatos durante o festival.
Os estúdios de jogos deixarão os games disponíveis para serem experimentados em plataformas digitais na nuvem, à demanda dos participantes do evento.
No Discord, a ideia é simular os estandes virtuais. Se o usuário gostar de um jogo, poderá clicar em um botão para falar com o desenvolvedor. O usuário será direcionado, então, para o aplicativo e poderá entrar numa sala para conversar com quem fez aquele game.
“O mais importante é o conteúdo, as pessoas querem chegar no jogo. Quando selecionamos o jogo para um evento presencial o estúdio precisar levar um computador e precisa estar lá para mostrar o jogo e conversar. No festival on-line é a mesma coisa, é preciso estar disponível para falar no nosso servidor no Discord.”, afirma Steinberg.
O mercado de games, a exemplo de outros setores que se beneficiaram de as pessoas passarem mais tempo em casa, vive um momento de crescimento. A indústria terminou o ano passado avaliada em 179 bilhões de dólares, segundo dados da consultoria IDC, com alta de 20%.
É esperado que o número de pessoas jogando passe de 3 bilhões nos próximos dois anos.
De acordo com Steinberg, esse crescimento e as dinâmicas do mercado se refletem no festival, que frequentemente aborda novidades, tendências e discussões correntes no setor.
Este ano, as palestras devem continuar discutindo os principais temas, como rentabilidade do mercado, games mobile, entre outros — a programação será divulgada nos próximos dias.
Foto: Reprodução.