A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba), responsável pela organização do Carnaval do Grupo Especial do Rio de Janeiro, decidiu adiar os desfiles que estavam marcados para fevereiro de 2021. A decisão foi unânime, após reunião na sede da liga.
O adiamento é mais um impacto no faturamento das agências e empresas fornecedores do setor de Live Marketing, responsáveis pelas grandes ativações e produção de camarotes na Marquês de Sapucaí.
Ainda não há data para o desfile. As escolas só definiram que eles não acontecerão em fevereiro.
A produção nos barracões das escolas de samba do Rio de Janeiro ainda não tiveram início em função das restrições de circulação e regras de distanciamento social provocadas pela pandemia da Covid-19. Em função disso o conselho da LIESA concluiu que a realização do carnaval na data normal, em fevereiro, seria um grande desafio de tempo e logística
Quem andou pela Cidade do Samba nos últimos meses relata um clima de cidade fantasma cercado de muita tristeza. A falta de previsão para os desfiles traz ainda mais pessimismo. A maioria das pessoas que ajudam a levantar a festa está desassistida, passando dificuldades e contando com a ajuda de amigos para conseguir sobreviver.
“Em função de toda essa insegurança, essa instabilidade em relação a área da ciência, de não saber se lá em fevereiro vamos ter ou não a vacina, chegamos à conclusão que esse processo tem que ser adiado”, disse o presidente da Liesa, Jorge Castanheira.
“Não temos como fazer em fevereiro. As escolas já não vão ter tempo nem condições financeiras e de organização de viabilizar até fevereiro.”
Possibilidade de um carnaval menor
Sobre as alternativas para minimizar o impacto econômico, o presidente explica: “Nós estamos aguardando os próximos meses para que a gente tenha uma definição sobre a vacina e quando terá essa imunização. Hoje, com as diferentes notícias que nós temos, não temos segurança para definirmos uma data. Então nós estamos permanente em reunião para trazer projetos alternativos também ao modelo tradicional do desfile. O modelo tradicional do desfile requer um tempo muito maior de preparação. Tudo isso está sendo visto para que não tenhamos que cancelar o espetáculo”, contou Castanheira.
“A nossa expectativa é que em algum momento permitir que as pessoas que estão dependendo do lazer e da parte econômica e cultural do espetáculo também não fique sem essa resposta”, disse o presidente da Liesa.
“Estamos aqui aguardando a avaliação de alguns estudos que foram apresentados aqui para que a gente dê condições. As escolas estão trabalhando seus enredos, tem possibilidades de trabalhar alternativamente as escolhas de sambas enredo. Tudo está sendo avaliado para poder dar sequência para a preparação de um futuro espetáculo, seja ele no formato tradicional ou seja ele uma alternativa a esse modelo de desfile nosso”, concluiu.