A população preta do país recebe menos que os brancos e é maioria nos setores da economia com baixa remuneração.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de constituírem mais da metade da população, 55,8%, a representatividade no mercado de trabalho ainda é baixa.
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Pretos e pardos são maioria em setores com remuneração mais baixa: Agropecuária (60,8%), construção civil (63 %) e serviços domésticos (65,9%).
Uma pesquisa do Instituto Ethos divulgada em setembro de 2019, mostrou que nas 500 empresas de maior faturamento do Brasil, os negros representam cerca de 58% dos aprendizes e dos trainees, mas estão presentes em somente 6,3% nos cargos de gerência.
No-quadro executivo, a proporção é ainda menor, apenas 4,7% são negros.
As pesquisas apontam alguns fatores para que essa realidade ainda exista. Fora os pontos relacionados à economia, o principal motivo para a baixa adesão de pretos em cargos de liderança é a falta de acesso à escola desde a primeira infância, o que se agrava no ensino superior, que poucos conseguem concluir.
Um exemplo é a professora do curso de Enfermagem da São Judas, Cely Oliveira. A docente conta que escolheu a profissão para salvar vidas, mas enfrentou muitos obstáculos e preconceitos.
Uma dessas passagens aconteceu quando ela estava na faculdade. Um dia ela comentou com um amigo que ia trabalhar em um hospital privado. E a resposta que ouviu foi: “Só se for em outra vida, porque lá não aceita preto.”
A professora passou por essa e outras situações de racismo, mas, nãos e deixou abater. Por meio da educação, com perseverança e muita resiliência, hoje, Cely Oliveira é exemplo para muitas jovens mulheres negras e inspiração para suas alunas.