O Magalu, principal ecossistema de compras e vendas do país, lançou no dia 28 de agosto, seu fundo de combate à violência contra a mulher, com 2,5 milhões de reais para apoiar Organizações da Sociedade Civil (OSC) dedicadas à causa.
A ação de marketing social será financiada com parte dos recursos doados pela companhia, em agosto deste ano, para a continuidade do combate às consequências da crise do Covid-19.
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De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, durante a quarentena, o número de casos de feminicídio cresceu 22% no Brasil.
Mesmo antes do isolamento social, os dados sobre a violência contra a mulher no país eram extremamente preocupantes. O Mapa da Violência de 2016, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que, a cada 17 minutos, uma mulher é agredida fisicamente no Brasil.
O país ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio. Somente em 2018, 1 206 mulheres foram assassinadas, sendo que em nove a cada 10 casos os assassinos eram companheiros ou ex companheiros.
O combate à violência contra a mulher é uma causa apoiada pelo Magalu há quatro anos, por meio de diversas ações.
A criação do fundo, a partir das doações realizadas recentemente, é um reforço às iniciativas da empresa nessa frente. A expectativa é que o fundo ajude cerca de 15 instituições, que vêm sofrendo com escassez de recursos em virtude da pandemia.
O aporte de 2,5 milhões de reais é um dos maiores já realizados pela iniciativa privada com o fim de combater a violência contra a mulher.
O fundo do Magalu beneficiará, sobretudo, instituições que trabalham para garantir a geração de empregos e a consequente independência financeira das vítimas — um fator determinante, na maior parte dos casos, para que elas desfaçam os vínculos com os agressores.
Os outros dois focos são acesso à saúde psicológica e física e o fortalecimento e criação de políticas públicas para o gênero.
As OSC não precisarão desenvolver novos projetos para se candidatar ao recebimento de recursos do fundo. O Magalu usará como principal critério de seleção a adoção de boas práticas por parte das instituições que precisam de verbas para fortalecer ou ampliar sua atuação. Serão aceitas inscrições de organizações de pequeno, médio e grande porte.
Os aportes podem ser de até 100 000 reais para iniciativas locais e municipais, de até 150 000 reais para iniciativas de alcance estadual, e podem chegar a 200 000 reais para ações nacionais.
Além dos benefícios financeiros, as OSC receberão uma mentoria para obter melhores resultados e gerir os recursos com transparência.
No processo de elaboração do regulamento do fundo e escolha das entidades beneficiadas, o Magalu tem como parceiros a Editora Mol e o Prosas, que assessoram grandes empresas e organizações em ações de impacto social.
A seleção das organizações será acompanhada pelo comitê dedicado à atuação filantrópica do Magalu, capitaneado por Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração. O comitê também ficará responsável por certificar a transparência no uso dos recursos e por monitorar os impactos positivos.
A criação do fundo está em linha com ações já consolidadas do Magalu. O Canal da Mulher é uma delas. Criado em 2017 por Luiza Helena Trajano, o canal já atendeu mais de 420 colaboradoras vítimas de violência.
Por meio dele, qualquer funcionário do Magalu pode denunciar ou notificar a existência de mulheres em situação de risco. A partir dos registros, psicólogas da empresa entram em contato com a vítima para entender o contexto e oferecer a ajuda mais adequada a cada caso. De acordo com a gravidade do caso, as colaboradoras recebem assistência psicológica, orientação jurídica e auxílio financeiro.
Há cerca de um ano, o Magalu incorporou ao seu superapp um botão de denúncias de violência contra a mulher. O botão permite acesso direto ao Ligue 180, e, via chat, ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que recebe denúncias on-line.
O botão é propositadamente discreto para garantir máxima segurança às vítimas que desejam denunciar seus agressores.
Instituições que desejem pleitear recursos do fundo do Magalu devem se inscrevem no site.