No início do ano passado, quando o mundo inteiro ficou chocado com o surgimento de um novo vírus em Wuhan, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 anunciaram que o evento esportivo seria adiado para 23 de julho de 2021, quase um ano depois da data originalmente planejada.
O anúncio foi feito, na ocasião, pelo presidente do comitê organizador, Yoshiro Mori, logo após ter conversado por telefone com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.
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Na ocasião, foi dito que a nova data buscava dar tempo suficiente para os preparativos dos atletas e demais envolvidos, bem como consideravam preferível que os Jogos Olímpicos ocorressem em período de férias, livre da ameaça de SARS-CoV- 2.
Agora, quase um ano depois, o jornal britânico The Times, citando uma “fonte do comitê organizador”, anunciou a decisão de cancelar novamente as Olimpíadas de Tóquio.
A-noticia foi desmentida posteriormente, e, até o momento, não se tem 100% de certeza se o evento será mesmo realizado ou não em 2021.
Segundo o jornal inglês, o anúncio oficial seria feito em breve, o problema é encontrar uma forma de anunciar o cancelamento e deixar em aberto a possibilidade de Tóquio ser a anfitriã em alguma outra data posterior.
Segundo a fonte citada, existe um consenso dentro do Comitê Organizador de que os Jogos Olímpicos previstos para 2021 estão condenados, dado o panorama global que se vive com a pandemia do Coronavírus.
Agora, o objetivo do governo japonês é buscar sediar os próximos Jogos Olímpicos disponíveis, que serão em 2032, depois de Paris (2024) e Los Angeles (2028).
Esta versão divulgada pelo The Times coincide com a entrevista concedida pelo vice-presidente do Comitê Organizador de Londres 2012, Keith Mills, coletada pela agência AFP na qual afirma que os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 são “improváveis”.
No lugar dos organizadores “Eu faria planos para o cancelamento, e tenho certeza que eles fazem, mas acho que vão esperar até o último momento para decidir se a situação melhora.”,comenta Mills.
Alguns números para contar
Recentemente, uma pesquisa da agência Kyodo relatou que 80% dos japoneses prefeririam que as Olimpíadas fossem canceladas ou adiadas. 35% preferem cancelar a festa olímpica e 44,8% escolheriam adiá-la novamente.
No ano passado, foi estimado que o impacto econômico da suspensão dos dois Jogos Olímpicos de Tóquio, segundo o Comitê Olímpico do Japão, custaria mais de 20 bilhões de euros, montante que é quase três vezes o estimado 6.800 bilhões para o projeto que, em 2013, passou a ser para Tóquio como sede.
Ativação de marca
Caso os Jogos Olímpicos venham realmente a ser cancelados pela segunda vez, como fica a situação das marcas patrocinadoras?
O pagamento já foi feito, o que ainda não se viu foi ativação de marca relacionada às Olimpíadas. Os próprios patrocinadores parecem não estar acreditando que o evento esportivo será realizado.
No Brasil, algumas marcas já anunciaram patrocínio ao COB e a alguns atletas, como é o caso da TIM e da Nissan, no entanto, nenhuma ação de brand experience foi realizada até o momento.
Nas Olimpíadas antes do Covid-19, já estávamos acostumados a ver diversas ativações, principalmente com sorteio de ingressos para participar do evento.
Pode-se dizer que julho está quase aí. O que nos resta é aguardar os próximos passos dos organizadores. Seria muito triste se o evento tivesse que ser cancelado mais uma vez. Perde o esporte, perde as marcas, perde os fãs das Olimpíadas.
Agora, ao invés de torcermos pelos nossos atletas, vamos torcer para que seja possível uma vacinação em massa e que os Jogos Olímpicos possam ser realizados ainda em 2021 com total segurança para todos os envolvidos.
Foto: Reprodução.