Mídia

Disney é criticada por holograma projetado no Pão de Açúcar

Para celebrar a chegada do Disney+ ao Brasil, a marca decidiu fazer uma projeção holográfica em um dos lugares mais famosos do Brasil.


O lançamento da plataforma de streaming Disney Plus no Brasil causou um alvoroço nas redes sociais. Em alguns momentos, positivo, mas agora, bastante negativo. 

A gigante do mundo do entretenimento fez uma ação publicitária com projeções no costão do Pão de Açúcar, com imagens de filmes e séries que estarão disponíveis no streaming.

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A propaganda, entretanto, mostra profunda falta de sensibilidade com o meio ambiente e com um dos principais símbolos ecológicos do Brasil. 

Além de ser bem estranho ver um patrimônio histórico protegido pela Unesco sendo tomado como espaço por uma marca, existe uma preocupação com os impactos ambientais da projeção na fauna e flora do Pão de Açúcar.

A Femerj (Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro) se posicionou imediatamente contra a realização da ação de marketing e publicou a imagem abaixo em suas redes sociais:

Em-2000, a Disney já havia feito uma projeção no Pão de Açúcar para celebrar a virada do milênio. À época, entretanto, era alegável que a preocupação com o meio ambiente não chegava aos níveis de hoje. 

Durante os preparativos para as Olimpíadas de 2016, muitas marcas pediram a concessão da encosta do morro para realizar projeções publicitárias, mas os pareceres técnicos da Secretária de Meio Ambiente (SMAC) indicavam que essas ações teriam danos irreparáveis ao ecossistema do patrimônio.

“A projeção de iluminação artificial causa interferência sobre este importante ecossistema litorâneo. Ademais, a iluminação de áreas naturais por expansão de atividades humanas, no Brasil e no mundo, produz a conhecida poluição luminosa que afeta a fauna e a flora nativas, gerando prejuízo à diversidade biológica.”, afirma ofício emitido pelo então secretário do município do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Muniz (PMDB), em 2011.

Na-encosta do morro vivem diversas espécies, algumas ameaçadas de extinção, como Vriesea botafogensis, Laelia lobata, Barbacenia purpurea, Scinax litoreus e Scinax cuspidatus. 

Além disso, alguns andorinhões utilizam as frestas da rocha como ambiente de descanso e uma projeção de luz atrapalharia esse ciclo de vida.

Em nota ao Meia Hora, a Secretaria de Meio Ambiente (SMAC), afirmou que o evento foi realizado com aprovação de biólogos para obter mínimo impacto. 

“Os organizadores do evento deram entrada no Carioca Digital seguindo os protocolos necessários para sua realização.”, diz a nota.