Imersão

Como foi a experiência Tutankamon em Curitiba

A emoção e adrenalina da realidade aumentada contrasta com o conteúdo vazio e longas filas

A experiência imersiva Tutankamon, inspirada na história do imperador egípcio, chegou ao Shopping Estação, em Curitiba, no dia 5 de julho. A equipe do Promoview esteve por lá nesta terça-feira (09) para conferir a atração.

Com vários espaços diferentes, a visita inicia por um corredor com textos explicativos e peças do Museu Egípcio e Rosacruz, também da capital paranaense. Nesta primeira etapa, a aglomeração de pessoas dificultava a leitura dos materiais, que são demasiado extensos. Todavia, ao fim do corredor, há a primeira sala imersiva que promete explicar, por meio de vídeo e áudio, a história do Egito Antigo descrita nas paredes.

Experiência Tutankamon Egito Antigo em Curitiba

Infelizmente, a história ficou apenas na promessa. A sala imersiva tem seus méritos, o vídeo tem excelente qualidade e dá a impressão de que o visitante está “entrando na imagem”. As imagens são lindas, em um material que dura cerca de 30 minutos. O problema ficou na história, o conteúdo em si é pouco informativo, com frases simplistas que não agregam no conhecimento de quem está ali.

Outro problema nesta primeira sala é a acessibilidade. O áudio tem trechos em inglês, desnecessário para o contexto e para o público-alvo, e as legendas, além de pequenas, não estavam sincronizadas. Após assistir ao vídeo, que roda em looping, o visitante pode seguir para uma outra sala.

Sala imersiva da experiência Tutankamon no Shopping Estação, em Curitiba

Inteligência artificial

Em seguida, o público chega a cabines de foto que, com a inteligência artificial (ia) transforma o fundo e as vestimentas da pessoa em um tema egípcio. Essa experiência é bacana porque oferece, sem custo, uma lembrança da experiência. Além disso, após os visitantes registrarem a foto, ela aparece na parede do corredor, criando um mural de retratos.

Mural de fotos feitas com inteligência artificial na experiência Tutankamon

Porém, as cabines não são entretenimento suficiente para passar o tempo na fila, afinal, há uma fila para entrar em cada uma das salas, o que deixa a experiência cansativa.

Realidade Aumentada

A segunda sala imersiva utiliza óculos de realidade aumentada (RA) para levar o visitante ao pós-morte da cultura egípcia. As pessoas ficam sentadas em cadeiras 360º e colocam fones, além do óculos. Nesta etapa, a imersão é total e a pessoa está livre para “assistir” ao julgamento da alma de Tutankamon como preferir, pois, ao girar a cadeira, é possível ver outros cenários e ângulos.

Definitivamente, esta é a sala mais interessante da experiência, pois traz conforto, conteúdo e emoção. Para muitas pessoas, foi a primeira vez utilizando um equipamento desse tipo. E, então, os visitantes chegam a última sala. Não todos, pois mais de cinco visitantes desistiram de terminar a experiência ao ver o tamanho da fila.

Na última sala, chamada de Metaverso, as pessoas usam o óculos e podem circular pelo espaço. Há sinalizações para evitar contato com a parede ou esbarrões entre os participantes. Esta sala também gera emoção, como o medo quando o chão vira céu e a pessoa se encontra “flutuando”. Este ambiente é interativo, e propõe dinâmicas em que o visitante “toca” em objetos presentes no Metaverso. Contudo, boa parte das interações não funcionavam.

Sala de souvenirs

Por fim, o público chega a sala de souvenirs inspirados no Antigo Egito — incensos, marca-páginas, sketchbooks e canecas, por exemplo. O espaço conta também com uma pipoqueira. Sem grandes atrativos decorativos ou photo opportunities, é mais um espaço de passagem. Ao todo, a visita levou 2 horas e 15 minutos. Considerando que a primeira sala imersiva possui 30 minutos de vídeo, e a segunda e terceira sala têm a duração de 7 minutos cada, a experiência em si deveria ter levado menos de uma hora. Por isso, muitas pessoas abandonaram a experiência sem concluir.

Tutankamon sala final

Em geral, Tutankamon tem seus momentos divertidos, principalmente na parte tecnológica para quem curte realidade aumentada. Mas falha em manter o fluxo interno e não conta uma história, que é um ponto essencial de uma experiência. Pouco se aprende sobre Egito Antigo além das imagens atraentes.