Conteúdo Especial

A transformação digital vai acabar com os eventos tradicionais?

Se antes o setor estava acostumado com as aglomerações e grandes festividades, atualmente se vê obrigado a encontrar alternativas para conseguir sobreviver em tempos de instabilidade econômica.


Segundo levantamento realizado pelo Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) e União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), a pandemia do Coronavírus impactou 98% das empresas do setor de eventos

Em um mercado que corresponde a 4,32% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, capaz de gerar cerca de 25 milhões de empregos (diretos e indiretos), esses números chegam ser alarmantes.

Se antes o setor estava acostumado com as aglomerações e grandes festividades, atualmente se vê obrigado a encontrar alternativas para conseguir sobreviver em tempos de instabilidade econômica. 

Para se ter uma ideia, a pesquisa citada acima mostra ainda que 35% dos empresários disseram que tiveram que negociar crédito para adiamento dos eventos, renegociar contratos de fornecedores e reduzir ou até mesmo cortar alguns custos.

Em um primeiro momento, essas medidas são necessárias, mas acredito que um dos melhores caminhos seja levar seus eventos presenciais para o mundo on-line. 

Com o crescimento da transformação digital em diversos setores, o segmento de eventos on-line conseguiria levar inovação e alternativas mais viáveis, economicamente falando, para continuar ativo e crescente no mercado.

Foi enxergando esse potencial que algumas empresas do setor de festas e cerimônias, principal mercado nacional e que movimenta cerca de R$ 17 bilhões ao ano no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), levou pela primeira vez uma feira do setor para o on-line. 

Para continuar fazendo a roda da economia girar, a Expo Yes foi realizada em um ambiente digital e possibilitou que as pessoas não abandonassem o sonho de se casar. Outros exemplos são a segunda edição da 8ª premiação aos melhores fornecedores da Toyota, que contou com a participação das filiais da montadora no Brasil, Argentina e Venezuela, além de mais de 150 representantes de fornecedores, e o Congresso Internacional de Direito Constitucional – CIDC, que antes era realizado presencialmente e se transformou em uma semana on-line de diálogos constitucionais com a  participação de mais de 30 personalidades da área do direito.

Essa transformação digital em eventos já faz parte da cultura de muitas organizações e temos visto um empenho para a melhora constante da experiência do público, palestrantes e patrocinadores. 

Convites, inscrições e até a forma de pagamento já podem ser realizados no ambiente on-line, de forma ágil, prática e segura.

Assim, com todos esses exemplos, o mercado nos aponta que a transformação digital não irá acabar com as feiras e eventos tradicionais, mas sim permitir que esses eventos ofereçam uma experiência diferenciada ao participante, criando mais um modelo de negócios complementar. 

As tecnologias disponíveis já possibilitam diferentes formas de interações e acompanhamos, a cada dia, o fortalecimento e sinergia entre os mundos on e off-line. No final das contas, todos sairão ganhando: players do setor, palestrantes, e, claro, o público final.