Estes-meses dentro de casa, com o setor de eventos estagnado por conta do Covid-19, me fizeram resgatar muito o passado da Viva Eventos – o começo de tudo, a essência de toda a engrenagem que criamos durante os últimos 13 anos.
Lá em 2007, quando surgiu a empresa, éramos cinco universitários sentados na sala de uma república em Juiz de Fora, Interior de Minas Gerais, virando madrugadas a fio para entregar suas primeiras festas de formatura.
Sabíamos pouco sobre o mercado, mas já entendíamos as necessidades deste público – afinal, éramos ao mesmo tempo fornecedores e consumidores, ainda no nosso período de graduação.
Os primeiros anos foram bem caóticos: Uma equipe muito enxuta, com as decisões exigindo a participação ativa dos cinco sócios em todas as etapas. A cada novo contrato, a cada festa entregue, eram madrugadas marcadas por muito esforço e trabalho duro.
A experiência vinha da prática, e todo começo de processo é sempre mais tortuoso. Até que percebemos que, sem uma gestão eficiente, ficaríamos para sempre neste patamar. Muito trabalho para garantir uma entrega de qualidade, mas sem a perspectiva de um crescimento massivo.
Esta é uma das principais razões que prejudicam o desenvolvimento de empresas do setor. Há muito esforço envolvido na realização do trabalho, e pouco tempo para fomentar a gestão financeira, o engajamento com a equipe, a criação de metodologias e processos.
A paralisação do setor por mais de seis meses escancarou este problema e colocou muitas empresas na corda-bamba. Sem a perspectiva de faturamento com a realização de eventos, o fluxo de caixa secou e o efeito dominó entrou em ação.
Só no estado de São Paulo, a proibição de eventos em razão da pandemia já causou um prejuízo de mais de R$ 280 bilhões à economia.
Isso significa que milhares de profissionais estão buscando formas de sobreviver a um obstáculo impensável, e não vejo momento melhor para remodelar a forma como o mercado de eventos atua no país.
Quando a retomada dos eventos for estabelecida, o setor vai se dividir em dois polos: de um lado, as empresas que organizaram seus processos internos para encarar o pós-Covid.
De outro, aquelas que ainda estarão insistindo em se manter da forma como operavam antes. Não acredito na sobrevivência do segundo grupo, e isso é prejudicial para todo o mercado.
Uma empresa que quebra leva junto outras três, porque contamina a percepção dos consumidores. Mantém o segmento inteiro como um investimento incerto.
Ainda que saibam disso, muitos empresários e profissionais do setor ainda se perguntam: O que fazer para reorganizar a casa? Eu acredito que é preciso olhar com atenção para os processos de gestão.
Olhar para exemplos de dentro do setor e também fora e criar metodologias capazes de manter a máquina em funcionamento mesmo com grandes imprevistos.
Foi isso que manteve a agência durante estes meses. E o que nos manterá nos próximos anos. Só que quantas empresas de eventos sabem como fazer isso de forma prática e organizada? Esta pergunta tem me tirado o sono, por isso decidi fomentar o crescimento de todo o setor.
Não desejo que a pandemia seja um fim. Desejo que ela seja um grande e incrível recomeço. Assim me motivei a montar uma equipe massa e estruturar uma verdadeira aula.
Abrir a nossa “caixa laranja” e contar tudo que estudamos, testamos e aprendemos nestes anos em que saímos da república e nos tornamos a maior empresa de festas de formatura do Brasil, realizando mais de 1.300 eventos por ano.