A data acaba movimentando milhares de consumidores ávidos por descontos e ofertas, tornando-se um prato cheio para os cibercriminosos.
Por conta do altíssimo número de vítimas, não é à toa que já andam chamando a Black Friday de ‘Natal dos golpistas’ – é uníssono entre todos no mercado de que é a data campeã de fraudes no Brasil. Nenhum outro dia do ano há o registro de tantas ocorrências.
O imediatismo de muitas promoções faz com que milhares pessoas se descuidem na hora de fechar um negócio. Existe até um certo sentimento de angústia, pois algumas delas esperaram o ano inteiro até esse momento.
Consumidores ficam sempre mais suscetíveis a assumir riscos e tomar decisões, sem levar em consideração conceitos básicos de segurança, até porquê elas têm apenas um dia – em algumas ocasiões apenas algumas horas – para comprar.
Na Black Friday, umas das principais premissas sobre golpes na internet, que é a de desconfiar de condições e preços muito baixos, fica prejudicada.
Soma-se a isso a impulsividade e o baixo conhecimento de Segurança Digital da população brasileira, e, ‘voilá’, temos um verdadeiro mercado, que registra crescimento de mais de dois dígitos, a ser explorado pelos criminosos.
Estes, por sua vez, têm aperfeiçoado cada vez mais os golpes. Como por exemplo o phishing, uma das técnicas mais comuns, em que o fraudador simula um ambiente, onde na maioria das vezes são sites de grandes lojas, que hoje em dia já vem com checkouts cada vez mais elaborados e desenvolvidos.
No impulso de se dar bem e aproveitar um grande desconto, o consumidor coloca seus dados pessoais e cartão de crédito no site falso. A partir daí, os bandidos podem vazar ou comercializar esses dados, fazer compras em nome da vítima, além, claro, de embolsar o valor pago em um produto que nunca será entregue.
Vale a atenção de que o mesmo ‘modus operandi’ pode ocorrer em aplicativos – lembra-se do que eu falei sobre o aumento da sofisticação nos golpes?
Mas como evitar cair em golpes na Black Friday? Ao receber uma oferta, por mais tentadora que pareça, deve-se ter calma e paciência para analisar todas as variáveis possíveis.
Via de regra, um dos principais caminhos para garantir a confiabilidade em um marketplace, é sempre acessar endereços oficiais, que costumam trazer o nome do estabelecimento seguido de (.com.br).
Certifique-se de que está, realmente, no website do e-commerce, se desconfiar de algo, tente o contato com a central de atendimento ao cliente da empresa, quando houver.
Também, sempre destaco a utilização de plataformas como a Black ou Fraude, criada pela Reduza, uma startup de redução de preços, onde é possível copiar um link para identificar golpes e promoções falsas.
Outra dica importante é sempre buscar e checar informações como CNPJ, endereço, razão social e até telefone. A legislação brasileira garante aos clientes acesso aos dados de lojas on-line, que sempre devem constar de forma visível, no rodapé ou em uma seção específica do site oficial.
Caso tais informações não estejam presentes, desconfie. Se tiver, ainda vale checar se o CNPJ consta no site da Receita Federal. Pesquisar em sites de reclamações e redes sociais também ajudam a filtrar.
Mas engana-se quem acha que apenas consumidores são lesados nessa época. O varejista também precisa ficar atento já que o prejuízo de uma compra feita com cartão clonado no e-commerce fica com o lojista virtual.
É preciso se certificar de que está trabalhando com uma ferramenta de antifraude confiável para barrar compras fraudulentas. Por conta do alto investimento na criação de uma área e de uma equipe de Segurança Digital, a dica aqui é buscar um fornecedor especializado.
O investimento nesse tipo de ação é infinitamente menor do que o prejuízo que um criminoso cibernético pode ocasionar.