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As marcas e o Carnaval de Rua: por que investir nesse patrocínio?

Unir as boas memórias atreladas à festividade com ações estratégicas pode trazer benefícios para ambos os lados; saiba quais

Carro de apoio da Brandtruck com o patrocínio do Boticário no carnaval
Foto: Brandtruck

Carnaval é um momento de celebração até para aqueles que preferem ficar em casa durante o feriado. E, para as empresas, conseguir atrelar as suas ações a bons momentos é, de longe, uma das melhores estratégias.

Unir esses fatores pode trazer muitos benefícios para ambos os lados, seja por meio de conquistar um patrocínio que colabore para que o um bloco saia na avenida, ou conseguir oferecer experiências de carnaval que o público nunca vai esquecer.

“Por que apostar no Carnaval? Porque é a maior festa do Brasil. E porque é a chance de mostrar que sua marca sabe inovar, sabe se conectar e, mais do que tudo, sabe marcar presença”, opina Marcello Borgerth, Fundador da Brandtruck, empresa com 30 anos de experiências com Carnaval de Rua.

Ao mesmo tempo, contar com uma marca parceira pode ser fundamental para os blocos de rua, que não conseguem tirar as suas ideias do papel por falta de orçamento, como explica Pablo Lyra, fundador do bloco “Bota pra Ferver” e Gerente de Marketing e Eventos:

“Os blocos de rua vem se profissionalizando e estão com operações cada vez mais complexas, sejam em tamanho quanto em público, e assim toda a infraestrutura também encarece. Um trio elétrico, que dá toda a estrutura de som, possui valores por muitas vezes acima dos R$30 mil em época de carnaval. Portanto, ter uma marca patrocinadora que arque com esse investimento é fundamental”.

Ter uma marca que acredita no propósito daquele bloco, oferece autoridade e visibilidade para o mesmo, fazendo com que este entre no radar de outras marcas patrocinadoras.

Pablo Lyra, fundador do bloco “Bota pra Ferver” e Gerente de Marketing e Eventos

Benefícios da folia  

Existem diversos benefícios de imagem e reconhecimento de marca que podem ser esperados por empresas que investem em patrocínios no Carnaval de rua. Entre elas, de acordo com Marcello Borgerth, estão:

  • Ser inesquecível: enquanto outras marcas competem por segundos de atenção em telas digitais, a mídia itinerante transforma a rua em um palco para experiências impactantes e duradouras.
  • Diferenciar-se dos concorrentes: no Carnaval, ser mais do mesmo não basta. Com ações de live marketing e mídia out-of-home Itinerante as marcas conseguem entregar algo único, interativo e alinhado ao clima de festa. 
  • Acessibilidade e inclusão: formatos com elevadores para PCDs e espaços adaptados, mostram que sua marca se importa com a experiência de todos os consumidores. 
  • Sustentabilidade: os trucks, como os da Brandtruck, têm um compromisso com a menor emissão de CO2, utilizando materiais estratégicos e eficientes. “Em nossos blocos também realizamos a limpeza da avenida após nossos desfiles, o bloco vai desfilando e uma equipe de catadores de lixo de comunidades fazem o recolhe de todo o material jogado no chão (lixo), que são encaminhados para reciclagem e descarte”, acrescenta.

Blocos e a conexão emocional

A relação entre marcas em músicas é antiga, vindo desde os primeiros jingles promocionais. No Carnaval de Rua não é diferente, os blocos despertam emoções no público por meio de estímulos sensoriais, com destaque para a experiência auditiva.

“Escolher um repertório que fale diretamente com aquele público é o primeiro passo, e se a marca consegue dar um match com uma ativação assertiva, fecha o combo completo para que aquela ação se torne memóravel. O Bota pra ferver, desde o seu início, escolheu o axé music como fio condutor para contar a história desse movimento musical pelas ruas, e trabalha a memória afetiva com hits atemporais que conectam rapidamente o público com suas mais remotas lembranças”, diz Pablo Lyra.

Contudo, é preciso entender que essa parceria, muitas vezes, são voltadas para trabalhar o branding da marca. Não possuindo um ROI imediato ou que possa ser quantificado logo após o evento.

“O Carnaval de rua em si, assim como todo evento que é voltado para o entretenimento de grandes massas de forma gratuita, enfrenta a dificuldade do Retorno de investimento, exigido pelas marcas. Quando é feita uma ativação de marca em um bloco, quem está patrocinando precisa ter em mente que o retorno muitas vezes é muito mais subjetivo que objetivo, ou seja, vem em forma de geração de atenção desse público em relação à marca”, explica.

Formas de associação e patrocínios

Para as marcas que desejam se destacar no Carnaval de Rua, existem diversas formas de patrocínio, ativação e engajamento com o público. De acordo com Marcello, uma das estratégias mais impactantes é o Naming Rights. “Somos proprietários do Trio Elétrico Demolidor, e no Carnaval ele muda de nome. A marca pode assumir o trio como seu e divulgar nas redes sociais que, neste Carnaval, ela tem um Trio Elétrico próprio, além de várias outras propriedades de ativação nos blocos”, explica.

Trio Demolidor da Brandtruck no carnaval com o patrocínio do Bradesco
Foto: Brandtruck

Outra possibilidade de associação é por meio do carro de apoio, que pode levar o nome da marca e oferecer experiências exclusivas para convidados. “Trata-se de um Carro Vip para 100 convidados e influencers, com bares e banheiros, onde também podem ocorrer degustações, experimentações de produtos e muita visibilidade nos painéis de LED”, destaca Borgerth.

Exemplos bem-sucedidos de patrocínio mostram como a mídia itinerante pode transformar campanhas em experiências memoráveis. Marcello relembra que um dos destaques foi o Iti-nerante Itaú, truck customizado que circulou pelos principais blocos de São Paulo, oferecendo interatividade, conforto e visibilidade digital por meio de painéis de LED.

O Carnaval de Rua é um momento único para criar conexões reais com o público e fortalecer a presença das marcas de maneira autêntica e inovadora”, conclui Borgerth.

Falando especificamente da parceria com os blocos, o patrocínio pode acontecer de forma direta ou por meio de leis de incentivo, que permitem às empresas deduzirem até 4% do imposto devido sobre o Lucro Real para investir em ações culturais.

“A maioria dos blocos desconhece essa possibilidade de patrocínio, e terminam por ter dificuldade na captação de forma direta com as marcas. No ano de 2025, ainda não conseguimos patrocínio, mesmo que tenhamos sido aprovados na lei Rouanet. (…) Quem produz Blocos de rua sabe que precisa ser resiliente e correr muito atrás, e temos a esperança que uma marca olhe pra mega oportunidade que é patrocinar um evento desta magnitude, e viabilize nosso desfile de 2025, criando um momento especial para os nossos mais de dez mil foliões”, finaliza o fundador do “Bota pra Ferver”.