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Nem só de online vive a Black Friday: como a Cenografia pode revitalizar sua estratégia

Em sua coluna inaugural, André Moretti, CEO da Modale Cenografia, explica como as experiências físicas ajudam a resolver a saturação da data

Ilustração de um homem com uma sacola gigante em uma escada rolante de Shopping representa a Black Friday
Ilustração de um homem com uma sacola gigante em uma escada rolante de Shopping representa a Black Friday

Nos últimos anos, a Black Friday, uma data que já foi sinônimo de explosão de vendas e grandes descontos, parece estar perdendo um pouco de seu brilho. Embora o comércio eletrônico continue a crescer, o impacto total dessa data tem se mostrado mais tímido do que o esperado, especialmente no varejo físico. O que poderia estar por trás desse declínio?

Talvez estejamos testemunhando uma saturação do mercado, onde as ofertas abundam, mas carecem de diferenciação real. Ou talvez o comportamento do consumidor tenha mudado a tal ponto que a corrida frenética pelas lojas na madrugada da sexta-feira tenha se tornado uma lembrança distante, substituída pela conveniência de compras online, realizadas com um clique. Em vez de filas nas portas das lojas, temos carrinhos de compras virtuais lotados. Porém, será que essa conveniência substitui completamente o poder de uma experiência física?

O que muitas marcas não estão considerando é que, em meio a essa transição para o digital, o offline ainda tem um papel fundamental a desempenhar. É no espaço físico que a magia do contato humano, da experiência sensorial e da imersão total acontece. E isso pode ser exatamente o que está faltando para revigorar a Black Friday e trazer de volta o entusiasmo dos consumidores.

Enquanto o online pode ser uma ferramenta poderosa para impulsionar vendas, o offline é onde a construção de marca ganha profundidade. Um ambiente físico permite que os consumidores experimentem a marca de maneira tangível — algo que o digital, por mais interativo que seja, ainda não pode replicar completamente. A Black Friday pode se beneficiar imensamente dessa abordagem. Em vez de se concentrar apenas em descontos, as marcas podem transformar seus espaços físicos em locais onde histórias são contadas e experiências são vividas. O resultado? Um consumidor que não apenas compra, mas que se conecta emocionalmente à marca.

Além disso, ao contrário do que muitos pensam, o offline não é um rival do online – eles podem se complementar de forma brilhante. Estratégias que utilizam a ativação offline para impulsionar a presença online estão se tornando cada vez mais eficazes. Uma experiência memorável em uma loja física, por exemplo, pode gerar conteúdo espontâneo nas redes sociais, expandindo o alcance da marca de maneira orgânica.

Imagine um ambiente cenográfico cuidadosamente pensado para ser “instagramável” — não apenas um ponto de venda, mas um espaço que os clientes queiram compartilhar, marcando a loja e ampliando sua presença digital sem custo adicional para a marca.

Além disso, as marcas que conseguem integrar suas campanhas online com experiências offline oferecem ao consumidor uma jornada mais rica e completa. A Black Friday, em vez de ser apenas uma guerra de preços, pode se tornar uma plataforma multicanal onde o consumidor transita de um mundo para o outro de maneira fluida. A loja física pode ser o início dessa jornada, mas com a ajuda de tecnologias como QR codes e interatividade digital, ela pode se estender até o ambiente online, mantendo o cliente engajado mesmo após ele sair do espaço físico.

E é aqui que entra a cenografia. Em vez de ver o espaço físico apenas como um ponto de venda, pense nele como uma tela em branco, pronta para contar a história da marca. A cenografia pode transformar essa tela em um cenário envolvente, que desperta emoções e cria uma conexão real com o consumidor. Durante a Black Friday, por exemplo, uma loja pode se transformar em uma experiência imersiva, onde cada detalhe — desde a iluminação até o layout — foi projetado para capturar a atenção e engajar o cliente em um nível mais profundo.

A verdadeira força da cenografia está em sua capacidade de tornar a marca tangível, de criar um ambiente que ressoa com o público e que permanece na memória muito depois do evento. Um espaço físico bem planejado pode ser o diferencial entre uma venda pontual e a construção de uma fidelidade duradoura.

Portanto, a resposta para revitalizar a Black Friday pode não estar em mais descontos ou campanhas agressivas de e-commerce, mas em como as marcas conseguem unir o poder do digital com o impacto inesquecível do offline. O futuro das vendas – e da própria Black Friday – está na capacidade de contar histórias, criar experiências e envolver os consumidores em todas as dimensões possíveis. A cenografia é apenas uma das ferramentas disponíveis para alcançar esse objetivo, mas, sem dúvida, uma das mais poderosas.