Mas o que é isso? Pois é, a maioria não deve ter ouvido falar desse termo, mas com certeza você já deve ter ouvido falar em iluminação cênica.
Podemos partir desse conceito, mas a grande diferença entre a cenotecnologia e a iluminação cênica é que é a primeira, de fato, pode suprir praticamente todos os elementos visuais cenográficos de um evento, claro que aqui descarto toda parte de estrutura como palco, praticável, box truss , lycra e etc.
Imagine, por exemplo, a construção de um cenário inteiro realizado com madeiras cortadas a laser com sobreposições de planos, todas com projeção mapeada, transformando todo seu cenário em uma multitela mapeada, porém sem utilizar conteúdos informativos, apenas conteúdos abstratos para ambientação. Tudo isso, traduz bem o nosso conceito de cenotecnologia.
A cenotecnologia não substitui a cenografia, pelo menos não no universo corporativo. Mas em outros universos, como do entretenimento, por exemplo, em festivais de música como o DGTL, já é possível ver sua cenografia se apropriando apenas de luz, andaimes, um pouco de lycra e madeira, e, confesso, fazendo algo realmente incrível com isso.
O segredo, na verdade, está em conhecer e se aprofundar no assunto, utilizando esse conceito para compor todos os elementos cenográficos e não substituí-los. Hoje vamos falar um pouco sobre esse conceito e sobre alguns equipamentos, técnicas e aplicações.
Mapping de reconhecimento de objetos: Um dos mais esperados lançamentos mundiais da área audiovisual é a projeção mapeada AR. Essa tecnologia, utilizando sensores de reconhecimento de gestos e scanners conectados diretamente nos projetores, permite realizar um scanner de uma cena, e, em seguida, já realizar a projeção mapeada.
Exemplo: Evento montado, projetores posicionados, scanner e softwares entram em ação mapeando todo o cenário em questões de minutos. Desta forma, é possível projetar nas partes complementares de estruturas como telas, cenografia, box aparente, e qualquer superfície, efeitos de cores, artes abstratas ou conteúdos, criando um cenário único para o evento.
Vale ressaltar que isso também é possível de se fazer utilizando bons VJs e softwares atuais, mas não com a velocidade que desejamos, diferencial este que se torna crucial no universo dos eventos que, normalmente são montados com um dia de antecedência ou até mesmo em poucas horas.
Imersão Virtual Cenográfica: Como o próprio nome sugere, a imersão virtual tem como objetivo levar o público para dentro de um “universo”. Para isso, se utilizam de um cenário totalmente virtual, como uma projeção mapeada 360 ou até mesmo painéis de LED. Também é possível fazer uma imersão utilizando apenas materiais cenográficos e iluminação cênica.
A imersão em alguns casos também se apropria dos conceitos de experiências sensoriais, como perfumes/cheiros, ar úmido, frio ou calor.
Barras de LED: São fitas de LED programadas via DMX que formam efeitos visuais incríveis, tendência em toda Europa e América do Norte. Um grande case de instalações visuais e aplicações da cenotecnologia que podemos levar como referência é também o já citado festival eletrônico DGTL.
Bolas de LED com sensor de pressão: São bolas de LED infláveis; assim como os famosos puffs, banquetas e mobiliários de LED. Porém, a grande diferença está no fato de que elas podem ser penduradas em seu cenário, acionadas via RC ou até mesmo pelo toque, via sensores de pressão ou movimento instalados internamente.
Bolas de LED kinect: Um sistema de guincho que sustenta bolas ou barras de LED, criando movimentos de subida e decida sincronizados aos efeitos de programação de luz, via DMX, que geram efeitos visuais incríveis, compondo a iluminação cénica e o ambiente. Ainda é possível sincronizar o efeito com vídeos e trilhas para uma ação com momentos específicos durante o evento.
Luz UV e Luz flosflorecente: As tintas UV vieram para ficar, utilizadas desde espetáculos, como é possível ver em programas como America’s Got Talent, ou até para sinalização de trânsito, como os já conhecidos adesivos refletivos.
Com essa tinta é possível pintar cenários, estruturas, e, com aplicação de luz branca ou luz UV (luz negra) as tintas reagem criando um brilho fora do comum. Na cenotecnologia esse conceito é usado utilizando instalações geométricas com luz direcional, proporcionando um destaque para as peças compondo um cenário abstrato e lúdico para qualquer ambiente.
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Por Cainã Magalhães.