Se o assunto é protagonismo, diversidade e brand experience, precisamos falar sobre o protagonismo dos profissionais dentro das agências. Mais ainda, dos acessos a este mercado.
Esse assunto está diretamente ligado à forma que as novas gerações de profissionais de live marketing estão tendo acesso as oportunidades de vagas e de desenvolvimento dentro do nosso mercado.
Do lado dos jovens, está claro que as oportunidades de ingressar no mercado de Live Marketing, e até de comunicação como um todo, não são fáceis. Vagas para entrantes geralmente requerem uma experiência que só seria possível se houvesse uma oportunidade anterior.
Do lado das empresas, é preciso ter o mínimo de conhecimento prático para ingressar como profissional deste mercado e poder desempenhar as funções básicas da área pretendida.
Mas é aí que está a lacuna. E o que acontece com aqueles que estão buscando uma primeira oportunidade?
Acredito que para os profissionais de Live Marketing haja um consenso de que o nosso mercado não está habituado a contratar estagiários. Eu mesma, no meu período de faculdade, quando estagiei na área de comunicação, estagiei em uma indústria farmacêutica, na área de marketing, e quando consegui entrar como profissional júnior em uma agência, não tive contato com nenhum estagiário.
Outro fator importante a refletir é que mesmo o Live Marketing sendo uma área de atuação da atividade de Comunicação Social, ou Publicidade, é um segmento não muito explorado na grade acadêmica, ou seja, saí da universidade mais publicitária tradicional do que uma profissional de Live Marketing.
A oportunidade de acesso ao universo das agências, talvez pela minha experiência como estagiária de marketing em uma indústria, me fez obter muito conhecimento prático das minhas funções e desenvolver melhor as minhas habilidades, porém apenas pelo fator: oportunidade de acesso.
Os conhecimentos práticos foram obtidos por encontrar ao longo dessa jornada profissionais dispostos a compartilhar os conhecimentos já adquiridos com uma menina que estava chegando, porém sem nenhum processo estruturado por parte das agências para que eu adquirisse este conhecimento.
Mas o que isso tem a ver com protagonismo? Mais ainda, qual a provocação de hoje?
A provocação de hoje é: Como as agências estão repensando o modelo de negócio afim de dar protagonismo para os jovens entrantes?
Dar protagonismo para os jovens entrantes é reconhecer a participação no processo de mudança de realidades, processos de discussão, decisão e execução de ações, visando o seu desenvolvimento profissional e potencial criativo.
Para isso é importante que dentro do processo de acesso às oportunidades, as agências estejam preparadas para dar o suporte necessário para que os jovens atuem e experenciem todas as etapas deste desenvolvimento.
Mas para dar protagonismo é preciso deixá-los acessar. E deixar acessar é desenvolver também processos de inclusão, capacitação e mais ainda: retenção destes jovens.
Pensando em acesso sob a perspectiva de diversidade (todas aquelas que eu já citei em textos anteriores) a responsabilidade é maior ainda, pois é necessário olhar as especificidades necessárias para inserir este jovem dentro de um contexto saudável e efetivo de desenvolvimento.
Fica aqui a pergunta final: Estamos dando oportunidade e acesso reais para jovens entrantes? Ou estamos exigindo um mínimo ainda não adquirido para que eles apenas sejam mais uma peça da engrenagem?