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Como fazer as pessoas se importarem (com a sua marca)

Qual o propósito autêntico de uma marca? Criar conexões emocionais genuínas e estar disposto a correr riscos criativos para fazer as pessoas se importarem? Descubra neste artigo

Painel SXSW
Créditos: GSPhotography

Durante o SXSW, tive o privilégio de assistir a palestra “How make people care” com a Cheryl Miller Houser. O papo girou em torno de estratégias eficazes para criar conexões autênticas com o público e despertar seu interesse genuíno.

Um dos pontos destacados foi a importância das marcas terem um propósito genuíno, indo além das palavras e colocando esse propósito em prática. – a little less conversation a little more action’…

Um dos exemplos foi a abordagem da Apple, que desde o início de cada projeto prioriza a acessibilidade, demonstrando seu compromisso real com a inclusão.

Outro exemplo poderoso foi a campanha da Dove sobre transtorno de imagem, intitulada “Cost of Beauty – Dove Self-Esteem Project”, que expôs os danos causados pela pressão da mídia social nas jovens desde muito cedo. A marca não apenas levantou a questão, mas também criou uma plataforma de beleza para ajudar as mulheres a se sentirem bonitas como são.


A campanha “Real Beauty”, iniciada em 2004 com um simples outdoor, baseou-se em uma pesquisa reveladora que mostrou que apenas 2% das mulheres se sentiam bonitas. Ao abraçar suas consumidoras e celebrar sua autenticidade, Dove ganhou uma lealdade significativa, refletida em um aumento de 30 vezes na mídia espontânea.

Apple e Dove podem ser exemplos um pouco batidos – e fáceis. Mas o ponto alto da palestra foi com a Liquid Death, cuja missão básica é reduzir o plástico e entreter a audiência – ah, por acaso, eles vendem água.

A marca abraça a ideia de testar e aprender, entendendo que errar faz parte do processo criativo. Se conecta muito forte com a Geração Z, através de campanhas como o “Recycled Plastic Surgery Center” – um ótimo exemplo de como fazer uma campanha sobre sustentabilidade (reciclagem de plástico) sem ser chata e muito original.

Ou então quando, a partir de comentários de haters, produziu uma campanha hilária para provar, por exemplo, que Liquid Death é mais gostosa do que lamber as costas suadas de um cara.

Outro ponto interessante abordado foi a hesitação das marcas em usar humor em suas campanhas, com medo de ofender alguém. No entanto, a Liquid Death prefere correr o risco de errar a não tentar, o que ressoa com uma audiência que valoriza a autenticidade e a coragem.

Em resumo, a palestrante destacou a importância de abraçar um propósito autêntico, criar conexões emocionais genuínas e estar disposto a correr riscos criativos para fazer as pessoas se importarem. Essas estratégias não apenas cativam o público, mas também constroem marcas duradouras baseadas em valores compartilhados e autenticidade. Citações interessantes da palestra:

“To create anything that stands out and drives results, you need to know who you are – your values and ethos – and then take bold risks”

“Listen to what makes your heart leap, break, sing, scream. Then get others on board by stirring their hearts too”

“Turn your brand into a character”