Como fazer o brainstorming não ser uma conversa de bar

Alguns podem ler esse título e achar que estou querendo acabar com a criatividade das pessoas, afinal grandes ideias e empresas nasceram de conversas de bar. Mas essa euforia se justifica com a gênese de um projeto, que é o momento mais caótico, desordenado e que algo realmente ainda está se formando. Outra coisa é quando o projeto já existe, o problema já foi desenhado e tem uma carinha de demanda. 

Nesse caso o brainstorming precisa ser organizado para que algo resulte dele, o famoso residual ou outcome. E muita gente não sabe por onde começar nesse momento, então acabo encontrando pessoas – muitas vezes da mesma área – sentadas em volta de uma mesa, conversando, com copos de café e pão de queijo. Sem uma ferramenta de apoio, agenda lógica ou mediador. 

Quando implementei os workshops de design thinking em agências e também na casa das Marcas, tive um retorno muito positivo que se tornou uma recorrência e hoje muitos desses lugares se apropriaram dessas mecânicas e implementam sozinhas – o que é incrível.

Vou trazer dois exemplos (breves) para ilustrar essas experiências:

Em 2022 desenvolvi um workshop exclusivo para a Meta, com foco no maior evento institucional deles, o Meta Summit, que acontece globalmente. A maior dor era conseguir sentar tantas pessoas – numa mescla online e presencial – e tantos produtos diferentes, para chegar a conclusões estratégicas que tornariam o briefing o mais definitivo possível e a entrega do evento a mais dentro da expectativa.

Foi um dia inteiro de mediação dessa conversa, com uma dinâmica que envolvia muitos post-its, miro, perguntas estratégicas e também direcionadas para cada área, e que no fim passavam por uma votação (método dotmocracy). Com isso, entregamos um deck com as principais ideias já organizadas por tempos&movimentos, envolvidos e previsão de esforço para executar. O que tornou o evento um sucesso e me rendeu mais algumas idas à sede da Meta.

Já em 2023, dentro de uma agência de trade marketing, organizei um workshop de brainstorming para um projeto da Natura, com o objetivo de tangibilizar o posicionamento de sustentabilidade da Marca, envolvendo os times internos de criação, planejamento, produção e também comercial, para levantar ideias que no final eram divididas em Realistas, Idealistas e Críticas (método Disney) dentro da jornada do shopper no pdv.

Depois de construir uma boa bagagem com essas experiências, matutei sobre uma metodologia proprietária, que aplico através da minha agência, a Mapoteca®, em agências e Marcas.

Chamada de Contraste®, ela parte da necessidade do mercado de uma escuta mais ativa e de pesquisas em metodologias de sucesso já existentes (como Lego, IDEO, The Ugly Lab…), conectando intersecções entre elas, para mostrar que as áreas de Audiovisual, Curadoria, Design, Marketing, Tecnologia, Copywriting, Trade e Soft Skills podem ter problemas que estão conectados.