Sazonalidade

Dia das Crianças: estratégias e limitações do live marketing para o público infantil

A data é um momento chave para se conectar com os consumidores por meio de experiências lúdicas, sem deixar de lado certas diretrizes

No Dia das Crianças surge uma oportunidade especifica, que costuma ser diferente das outras sazonalidades do ano. No geral, datas comemorativas são o momento ideal para as marcas se conectarem com o público por criarem picos de consumo e brechas para campanhas criativas.

Além disso, essas datas oferecem um contexto emocional, permitindo que as marcas usem ativações que ressoam com as expectativas e os sentimentos do público. No live marketing, a sazonalidade também ajuda a planejar ações com maior antecedência e precisão, aproveitando datas-chave para maximizar o impacto e o retorno sobre o investimento (ROI)“, explica Rodrigo Oliveira Vitor, CEO da FITO.

Momento de experiências

Todas as sazonalidades oferecem oportunidades para engajamento emocional, contudo, a principal diferença vai além do público alvo: o foco agora está nas experiências. “Enquanto as estratégias de Dia das Mães e Natal costumam estar mais centrados no consumo de presentes e na valorização de laços familiares, o Dia das Crianças enfatiza a experiência lúdica e o entretenimento como forma de engajamento“, observa Rodrigo.

Dessa forma, o live marketing voltado para os pequenos costuma ser mais interativo, com foco em atividades que estimulem a imaginação e a diversão. Portanto, apostar no Dia das Crianças é um bom negócio, não só para marcas, mas também para os espaços.

Ação realizada pela Fito em parceria com o Red Bull Bragantino. Foto: Divulgação

“A projeção da Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE) para o Dia das Crianças deste ano estima crescimento de até 10% no fluxo de visitantes em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essas datas são estratégicas para fortalecer o relacionamento com nossos clientes e ampliar a performance do shopping“, revela Cindy Beni, Gerente de Marketing do Shopping Cidade São Paulo.

Fatores chaves de conexão

Mesmo em um público facilmente impressionado, é bom lembrar que as crianças também perdem o interesse mais rápido, na maioria dos casos. Além das cores vibrantes e personagens de desenhos, existem outros pontos extremamente relevantes. Maiara Kososki, professora do curso de Marketing da PUC-PR, traz alguns fatores:

Simplicidade, a mensagem deve ser clara e direta, da mesma forma que a criança pensa. Afinal, ela tem habilidades cognitivas que ainda estão em desenvolvimento; interatividade, campanhas com elementos interativos, jogos, aplicativos, brincadeiras. Tudo isso torna-se mais atrativo para as crianças. Histórias e emoções que se conectem com narrativas e com os personagens. Despertar emoções (alegria, amizade, aventura) para se conectar de forma mais profunda”.

O caminho se torna um pouco mais estreito para marcas que abrangem diferentes mercados. No caso da Disney, que está em diferentes setores como entretenimento e vestuários, a estratégia principal para o Dia das Crianças é focar nos brinquedos durante a data.

“Reconhecemos que o ato de brincar e os brinquedos desempenham um papel fundamental no desenvolvimento das crianças. Além de serem uma valiosa ferramenta para a interação entre familias em um mundo cada vez mais digital. A proposta da campanha deste ano é incentivar esse tempo de qualidade, demonstrando como nossos conteúdos e produtos podem ajudar a criar novas memórias por meio do brincar”, compartilha Mara Ronchi, Líder de Produtos de Consumo na The Walt Disney Company Brasil.

Diferenças entre o publico adulto e infantil

Quando pensamos em crianças versos adultos, podemos até definir como emoção versus razão. Afinal, segundo Maiara, “adultos tendem a ser mais racionais em algumas decisões, enquanto as crianças são guiadas pela emoção. Por isso o apelo emocional é tão importante. A publicidade para o adulto mostra muitas vezes os diferenciais dos produtos/serviços, já a das crianças gera mais desejo e imediatismo”.

Enquanto crianças necessitam de um ambiente lúdico, com jogos e diferentes atividades focadas em diversão, os adultos buscam mais informações. “As ativações para adultos frequentemente têm uma abordagem mais sofisticada, com foco em temas relacionados a estilo de vida, networking. Também em experiências sensoriais e valor agregado, como demonstrações de produtos ou serviços”, desvenda Rodrigo.

The Friends Experience, no Shopping Cidade São Paulo

Para os mais velhos, a experiência precisa se tornar relevante, conseguindo agregar valor para a marca e/ou ambiente. No Shopping Cidade São Paulo, “o foco está em oferecer um mix de atividades que envolvam cultura, gastronomia, lazer e compras, sempre com um toque de exclusividade”, diz Cindy.  

Limitações

Para colocar em prática qualquer estratégia de marketing anterior, é necessário seguir as regulamentações do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“Algumas limitações incluem: não induzir ao comportamento irresponsável, promoções comerciais são proibidas em ambiente escolar, há também restrições quanto a publicidade de alimentos que contêm muito açúcar, ou gordura”, detalha a professora de marketing.

Mara Ronchi também elenca algumas diretrizes utilizadas na Disney que devem ser considerados em estratégias voltadas para as crianças:

  • Adequar nossos conteúdos à maturidade emocional e cognitiva de nossos públicos-alvo;
  • Evitar práticas de publicidade enganosa em nossos conteúdos;
  • Promover o respeito pelas relações entre filhos e famílias;
  • Proteger a privacidade e segurança dos menores, seja física ou online;
  • Incentivar hábitos saudáveis.

Em linha com isso, também garantimos que nossas equipes criativas e de desenvolvimento de conteúdos sejam treinadas para que esses temas se reflitam em suas criações, e transmitimos às equipes comerciais nossos valores e boas práticas para que estejam presentes em suas propostas, finaliza.