Sonhos são realidades que muitas vezes conseguimos trazer para nossa vida
presente. Recentemente, por conta de uma questão de saúde, tive que reinventar
minhas atividades no sentido de alterar a minha carteira de clientes.
Neste período que estou vivendo, abri minha mente para achar oportunidades em áreas nas quais eu não estava acostumado a enxergar nada. Uma das estações desta jornada está em Mogi-Mirim.
Fui convidado para um seminário no qual palestrantes apresentariam suas palestras, e acabou que também resolvi apresentar a minha. Um esquema planejado, meio sem pé nem cabeça, pois palestrávamos para uma plateia de palestrantes, onde, sinceramente não via ninguém muito a fim de ouvir e colaborar com o outro, quer fosse no formato da palestra de cada um, ou com uma indicação para realizar uma venda. Mas já estava lá mesmo, então fui até o fim.
Em um dos coffee breaks, deparei com uma pessoa meio diferente. No passado, jamais faria o que fiz; me aproximei, cumprimentei e iniciei uma conversa. Rapidamente descobrimos que, além da vontade de tomar café e nos livrar das palestras estilo pregação, houve uma sintonia, uma onda que era para ambos super bem entendida: como maximizar nossos assets para gerar resultados que nos dessem um pouco mais de conforto na vida pessoal, de modo a nos proporcionar fôlego para saltos maiores.
A conversa evoluiu para um convite para conhecer a sede do Instituto Histórias de Sonhos, que fica num sítio na região rural de Mogi-Mirim.
Passados uns vinte dias, lá estava eu na estrada em direção a Mogi para conhecer o instituto, que possui uma editora e se interessou em entender as minhas histórias profissionais, escritas de forma divertida para o leitor.
Nada de confetes, nem cases de planejamentos construídos após o sucesso alcançado, mas sempre apresentando as saias justas e como elas foram superadas. Tudo num formato misturando o suspense pela situação-limite e a diversão pela maneira inusitada como surgiu a solução.
Pois bem, nesse sítio, com toda a cara de uma casa de campo, com direito a um
pomar ao fundo, conheci a Editora História de Sonhos e toda a sua filosofia de existir e
fazer negócios.
O modelo me surpreendeu, pois, na medida em que não existe capital
de giro para ser empregado na produção dos livros, é feito um processo que eles
chamam de patrocínio, mas que está mais para um crowdfunding do que qualquer
outra modalidade. Nele, um time de profissionais vai assumindo todas as funções
existentes numa editora e são remunerados quando o livro começa a ser vendido.
Autor e editora quase que racham o resultado das vendas, trazendo então ganho para
todos os envolvidos, do autor ao revisor. Surpreendente.
É verdadeiro dizer que nem sempre as coisas correm às mil maravilhas, para
qualquer uma das partes, mas é fato também que tudo funciona na maioria das vezes.
Até hoje a editora publicou mais de 150 livros em sua história de menos de dez anos, e com uma característica que faz com que em sua razão social traga a palavra sonhos,
como no seu DNA, na sua origem, pois só são publicados autores de primeira escrita.
Obviamente, existe todo um trabalho de avaliação dos originais que são encaminhados, mas sobretudo se dá atenção maior à história que está sendo contada e seu potencial, havendo ocasiões em que um profissional das artes da escrita ajuda efetivamente o autor a colocar seu texto dentro de um formato perfeito.
Assim, para quem que escreve, a editora realiza o sonho de ter seu livro publicado de forma profissional, com direito inclusive ao registro na Biblioteca Nacional, gerando assim uma ficha cartográfica. Não se trata de simplesmente fazer uma impressão digital e pronto.
E, dependendo de como está a captação para que o livro seja viabilizado, o primeiro passo é publicá-lo como e-book, seguindo-se a produção do livro físico.
Antes que alguém comece a imaginar e a preconceituar as obras, devo dizer
que este ano, entre os dez livros em produção, temos até o momento um que recebeu
convite para o Salão do Livro de Genebra 2025, dois com convites para a Bienal do
Livro da Bahia, que acontece agora em Salvador no fim do mês de abril, e outros dois
que serão lançados na Bienal de São Paulo, em setembro.
Me surpreendem os temas que esses livros desenvolveram, que até parecem
fatos corriqueiros, mas que, se olharmos com atenção, ganham dimensões totalmente
diferentes pelos requintes das tramas.
Esse é o caso de Eu sou maior que o câncer, de Anastácia Andrade. Trata a história de como a autora, enfermeira de um hospital a 500 km da capital do estado da Bahia, descobre em num autoexame durante o banho, um caroço no seio. Até aí, um caso mais ou menos corriqueiro, mas que sucede com uma mulher fortíssima, que não se rende ao diagnóstico e precisa alterar toda a sua rotina para combater a doença, muitas vezes deixando de dar atenção de que filho e marido necessitavam.
Mas Luiz, isso é comum nesses casos. Talvez. Mas, por favor, leve em consideração que, para fazer uma ressonância magnética, uma consulta médica ou mesmo uma sessão de radioterapia, Anastácia tinha que pegar um ônibus, percorrer 500 km, muitas vezes sozinha, e pernoitar em uma casa de saúde de Salvador para conseguir se tratar. E ela consegue, sim, vencer o câncer, tendo realizado todo o tratamento no SUS da Bahia.
Posso também citar outro relato impressionante de como uma mulher, profissional de renome em sua comunidade, sobreviveu a um casamento com uma pessoa com transtorno narcisista e psicopático, e teve a coragem de escrever um verdadeiro manual para as mulheres que passam por essa situação e não sabem o que fazer.
No paraíso, vivi entre flores e espinhos, de autoria de Vera Regina Rodrigues,
ensina como cada mulher em situação de risco deve proceder, listando inclusive as leis
em vigor atualmente no Brasil.
Depois temos a história de como um migrante nordestino vem para São Paulo
e, graças ao seu poder de observação, à vontade de não se deixar vencer pelas
dificuldades e à capacidade criativa e de vendas, torna-se um empresário voltado para
o negócio de preservação do clima e da natureza.
Reciclando vidas de Agnaldo de Jesus nos conta como passou de catador de
reciclagem na metrópole paulistana a grande empresário do setor de reciclagem, com
cinco galpões de tratamento do lixo coletado e transformado em matéria-prima para
diversas indústrias.
Já O clima de felicidade que esperamos é um relato de José Cândido de Freitas,
um senhor de mais de 80 anos que sofre de doenças degenerativas e vive em uma casa
de repouso, nos traz um relato emocionante sobre a vida.
O ano de 2024 marca também o lançamento do primeiro livro infantil da editora. Trata-se de Meu dinossauro azul, obra escrita e ilustrada por um menino que hoje está com 13 para 14 anos, autista de nível 1, que retrata sua relação com o mundo que ele vai descobrindo aos poucos. São histórias emocionantes, com personagens criados por Vitor Oliveira, que ganham vida conforme ele vai nos deixando apreciar sua trajetória.
Meu dinossauro azul já tem um projeto de continuidade, aceito pelo jovem autor e sua mãe. Além de escrever esse livro maravilhoso, Vitor também é escultor. Todas as suas obras, dinossauros de todos os tipos e tamanhos, animais que habitam um universo encantado, são feitos de papel a partir de uma mistura de ingredientes que traz uma beleza ímpar a cada peça que ele desenvolve. É um menino fantástico.
Vagner Faustino, por sua vez, em – A busca de um novo amanhecer – é incrível e
audacioso em sua narrativa, pois trata-se de ser o único autor que fala de sua
experiência na codependência emocional masculina; toda a literatura atual, são autoras mulheres abordando este assunto, que sim é a causa do 2º maior causador de
suicídios entre homens.
Não vou descrever os outros livros para não acabar produzindo um texto maior
que o espaço de que disponho. De todo modo, convido todos a seguir a Editora
História de Sonhos e conhecer os lançamentos previstos para 2024. @editora_ehs.
E, além disso tudo, se alguns de nossos leitores quiserem participar dessa
cruzada pelos autores de primeira escrita, deixo aqui meu e-mail:
[email protected].
Entrem em contato e venham participar da realização desses SONHOS.