Nossa vida vai mudando e não percebemos.
Passamos a viver e a ter uma convivência mais anestesiada, em relação aos problemas do mundo.
Neste caso, precisamos nos cuidar, se não só enviamos energia negativa ao universo.
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Hoje, a guerra domina a nossa mente. O que poderá acontecer, se alguém apertar o botão? Ninguém vencerá.
Mas ainda vivemos as dores de Minas Gerais, da Bahia, de Petrópolis e, mais uma vez, estes assuntos serão esquecidos, até a próxima chuva.
A pandemia, que era o grande assunto dos telejornais, passou a figurar ao final das edições, junto da previsão do tempo. Quase 650 mil mortos e 3 anos, praticamente perdidos, para as crianças em idade escolar, por exemplo.
Entretanto, a pandemia criou um hábito, que muitos de nós estávamos loucos que pudesse ser realizado: o home office. Fantástico, poder trabalhar de casa e não perdermos tempo no trânsito, por exemplo.
Passamos a fazer reuniões via aplicativos, nos relacionarmos rapidamente por WhatsApp, podermos falar com as pessoas de camisa e cuecas, numa reunião chata, fecharmos a câmera e o som e fazermos outra coisa. Enfim, uma infinidade de benefícios.
Humanos que somos, e temos por característica reclamar do calor, no verão e do frio, no inverno, estes hábitos vão entrando na rotina e começam a aparecer todas as faces de uma mesma moeda.
Eu, por exemplo, sempre desejo um pouco de silêncio, quando estou escrevendo. Hoje já consigo identificar o som do aspirador, da makita, do cortador de grama, da furadeira, do bate-estacas e, até, da panela de pressão, quando o feijão está cozido.
Como moro em um condomínio, em frente a uma pracinha, também passei a ter uma relação bem mais próxima da infância das crianças, com suas babás (a maioria delas) ao celular. Assim, dependendo do horário, ouço gritos, choros e broncas e já sei quando é o Gustavo, a Mariana, o Francisco ou a Karina que estão se manifestando, uma vez que a Vera, a Lu e a Zuleica, também gritam.
Se não bastasse o som, outro sentido também é atacado firmemente. Tenho uma vizinha baiana e, como todos aqueles que vem da boa terra, fazem questão de marcar sua presença logo cedo. Bem, essa senhora começa a cozinhar todos os dias, santos ou não, pelas 7h da matina.
O cheiro que vem da casa dela é, insuportavelmente, delicioso. Tenho vontade de fazer um acordo com ela e pegar uma marmitinha, diariamente. O bacana é que serve para eu ter certeza de que não estou com COVID.
O home office também me fez conhecer atividades novas, que não tinha consciência, de que eram tão presentes no dia a dia. Por exemplo: levar o cachorro para fazer suas necessidades, 3 a 4 vezes ao dia, atender a portaria do condomínio, matar baratas, aranhas e espantar saruês; ir à farmácia quase que diariamente, ao supermercado sempre; cozinhar todos os dias, regar as plantas, quando não chove. Enfim, estas atividades que fazemos, em troca do tempo que tínhamos no cafezinho, para falar mau do chefe.
Outro ganho enorme que tivemos, foi sair do trânsito nosso de todo dia. Uma troca bastante justa e, que nos ajuda muito a cumprir aquela determinação de levantar-se e movimentar o corpo. Explico. Eu, no meu trabalho diário, recebo visitas, pedidos, ordens, reclamações e, até insistentes pedidos de carinho da Olívia, minha cachorra, principalmente, quando estou desenvolvendo minhas tarefas. É difícil para todos, inclusive para a Olívia, perceber que quando estou no computador, com fones no ouvido, estou ou em uma reunião, ou estudando, ou trabalhando. Haja concentração.
Este novo hábito trouxe também, uma nova escala de valores na comunicação: ligar direto para alguém, sem enviar um zapp perguntando se a pessoa pode falar, passou a ser um daqueles pecados veniais que, às vezes nos esquecemos de contar ao padre; invasão de celular. E-mail, virou algo extremamente sisudo e formal, simplesmente, por conta do cuidado com o português, ser um pouquinho maior. Como nós adoramos complicar as coisas.
A educação, para o relacionamento das pessoas: escreva uma mensagem com o caps lock clicado e, rapidamente, virá uma resposta atravessada (letra maiúscula significa que você está gritando).
Mas sempre há o lado positivo: em reuniões por aplicativo, pelo menos, cada um, precisa falar na sua vez, caso contrário, ninguém vai entender nada. O grande barato, é aquela pessoa bem-educada que, quando quer falar, clica no símbolo de mão levantada e, acaba que não consegue se colocar nunca, pois é atropelado.
Mas, enfim, são aprendizados.
Vamos seguindo então.
E para você, quais foram os seus aprendizados durante a pandemia? Compartilha com a gente.