A palavra “acessibilidade”, na sua essência, significa possibilitar o alcance, do entendimento e da percepção de algo ou de uma oportunidade. Do ponto de vista social/comum, o termo foi popularizado como forma de promover às pessoas com deficiência, seja ela física e/ou cognitiva, e as pessoas com mobilidade reduzida, condições de uso dos espaços urbanos, dos serviços de transporte, dos meios de comunicação, de
informação e do sistema de educação, eliminando barreiras e garantindo a sua inclusão de forma autônoma e segura.
Em meio à considerações pós-carnaval, umas das festas mais expressivas do mundo (e o Brasil é expert quando o assunto é “carnaval”), se unirmos os dois conceitos, é possível considerar que a acessibilidade é um movimento potente e vasto, servindo de ponte para a criação de muitas frentes sociais. Vamos abrir esse leque para começar a discussão?
Neste contexto, como as marcas se posicionam e atuam no fomento à construção da autonomia das pessoas enquanto humano e consumidor?
Oportunidade e/ou oportunismo?
Qual é o papel e a responsabilidade dos negócios, enquanto potencias, na pulverização da consciência do mercado e como a população abraça esse movimento?
Este é um artigo de condução à reflexão, ponderando passado, presente e futuro. Uma chamada para entrar, sentar e conversar!
Marcas como ativos sociais para gerar valor: é possível?
O Capitalismo Consciente, movimento global criado para elevar a consciência das lideranças sobre as práticas empresariais a fim de gerar valor com Propósito Maior, Cultura Consciente, Liderança Consciente e Orientações para Stakeholders, convida as marcas para assumirem um lugar de responsabilidade coletiva através de rituais embebidos de valor intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e espiritual, sem prejuízo à geração de lucro financeiro.
Pautados na conscientização do capitalismo, de maneira sustentável, é possível conectar marcas às pessoas a partir de práticas que agreguem, eduquem e gerem benefícios de maneira verdadeira, de dentro para fora e de fora para dentro.
Partindo do pressuposto que conceito básico da acessibilidade é amplo, o primeiro passo rumo à transformação é entender que, talvez, a criação de “espaços reservados”, “dedicados”, com “holofotes especiais” fomentem a autonomia, mas nem tanto, já que a equidade e a inclusão sem o “x” da questão não fazem sentido e se tornam conceitos rasos, vagos e vazios.
Para construir acessibilidade, é necessário ir além do “entendimento e senso comum básico físico-espacial”, olhar para as demandas sociais de maneira abrangente, incluir quem entende do assunto e fomentar as diferenças (que são infinitas). É preciso chamar para a conversa, dar um lugar na mesa, trazer para front, abrir o espaço, deixar o protagonismo fluir e ceder o poder de decisão.
São inúmeras as ferramentas empresariais que podem servir de canais de transformação, colocando a acessibilidade e a inclusão como prioridade. Na essência, propósito, identidade, visão, atributos, valores, voz e ações são alguns dos movimentos capazes de construir relevância e gerar resultado.
No negócio, criação de uma cadeia produtiva responsável e de uma estrutura sólida baseada em crenças agregadoras, visionárias e que se desdobram.
Marcas funcionam como pessoas e assumem um lugar no mundo, por isto, a relação compra e venda sem profundidade é enfadonha e superficial.
Existir, ser, pertencer, inovar e realizar
A sociedade é mistura e palco de corpos dissidentes, precisamos pensar além da norma para descontruir a mentalidade e construir oportunidades, sem descaracterizar a luta, para que pessoas se sintam pertencentes.
Até aqui, progredimos. Assim como a humanidade, todo processo de educação, mudança e evolução é uma constante e para que efeitos surjam, é necessário haver consciência, criticidade, equilíbrio e visão para que consigamos enxergar a realidade de maneira profunda e distante do raso.
Há a crítica.
Há o abraço.
Mas, no meio, há o crescimento.
Qual é o lugar que o seu trabalho ocupa no mundo?
Qual é o papel dele nessa mudança?
Esta é uma mensagem de esperança capitalista e social, afinal, marca é sobre gente!
Um texto de: Thamyres Azevedo, Thamille Castro e Camilo Castro.