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Memórias do tempo

Esta é a realidade onde o tempo e a vida, são uma grande metáfora, sempre associando a vida a uma primeira vez, assim, mais que uma lembrança devemos refletir sobre o nosso comprometimento com as mudanças da vida..

Sempre me pergunto quando algo significativo vem à minha memória, o dia ou ano ou até mesmo alguma referência que atenda a minha curiosidade.

Não sei se a falta de memória é um problema relacionado à idade, ou, uma tentativa subliminar de esconder fatos, ainda assim, eu não tenha responsabilidade direta sobre isso.

Também pode ser ou uma característica hereditária, neste caso, lembro que minha mãe queixava-se desse mesmo problema.

Talvez-possa parecer ridícula esta minha preocupação, o porquê, quando, ou como, fazem alguma diferença?

Diante de uma realidade, de uma vida cada vez mais atribulada, onde a comunicação, a descrença, o ódio, a quebra de valores, pensar no passado pode não ser saudade, pessoalmente, acho que é uma alternativa, considerando que  lembranças ajuda-nos a melhorar o presente, a sorrir, a matar saudades, a avaliar as nossas mudanças ou ver quanto mudamos, quase uma fotografia.

Quem não se lembra da primeira namorada, do primeiro beijo, de quando começou a fumar ou beber, quando recebeu as chaves da casa, enfim, este é um exemplo entre muitos de coisas ligadas à primeira vez. O primeiro carro, sempre associado a um acidente que marcou a minha vida, a primeira viagem a Paris onde conheci Genevieve uma francesa tipo Novel Vague, que chamava a atenção pelo seu comportamento anti padrão.

Esta é a realidade onde o tempo e a vida, são uma grande metáfora, sempre associando a vida a uma primeira vez, assim, mais que uma lembrança devemos refletir sobre o nosso comprometimento com as mudanças da vida..

Como tenho uma netinha de seis anos, por sinal bastante curiosa, ela costuma fazer comparações relacionadas à infância dela com a minha. Mais uma vez o problema é o quando não me lembro das minhas memórias da infância.

Para terminar, quem não gostaria de escrever as suas memórias, historias, recordações familiares, momentos simbólicos da vida.

Será que sem memórias a nossa vida tem algum sentido?

Basta olhar à sua volta e a própria vida lhe dará uma resposta, uma história, ou uma lembrança.

Se gostar de escrever aceite a minha sugestão, escreva um roteiro ou apenas uma sinopse, uma pequena historia que pode até não ser real, neste caso a criatividade é um complemento importante, e a compartilhe com os seus amigos.

Não sei se ainda existe esta publicação na Revista Seleções, chamada Flagrantes da vida Real, com artigos relacionados a lembranças enviadas ou escritas por seus leitores.

A variedade e a riqueza de conteúdo foram as responsáveis pelo sucesso da publicação, principalmente, pela identificação  das historias com os seus leitores. 

A minha lembrança mais querida remete à minha mulher, à forma de como a conheci, talvez uma lembrança que até hoje não esqueci, só não lembro o dia, o resto esta tudo na memória como uma fotografia, só não é digital porque na altura não havia. A roupa, a amiga que a acompanhava, o local, o que eu estava fazendo, os momentos seguintes, a importância de ter uma lembrança na vida.

Para finalizar um pensamento de Albert Einstein 

“O tempo é uma ilusão. A única razão para o tempo existir é para que tudo não aconteça de uma vez”.   

Obrigado 

Edmundo Monteiro de Almeida.