Neste cenário global estamos convivendo com o comportamento da auto-valorização exibicionista.
Do aparecer, de chamar a atenção, de estar no foco.
Em evidência um cenário teatral, assim, para estar no foco “todos os meios justificam os fins”?
Claro que não! Ainda assim vou tentar demonstrar opor quê e as características desta colocação.
O-que são os meios? Na verdade os meios estão associados à personalidade do personagem, à sua condição econômica, à sua atividade, aos seus relacionamentos, e muitas vezes ao seu aspecto.
Já os fins, são os objetivos pretendidos, estar em evidência, ser reconhecido, ser famoso, ser adulado, reconhecido, fazer parte ou ser uma referência.
Nesta briga midiática do vale tudo sem limites, o mais importante é aparecer, ser reconhecido, acreditar no seu potencial, não ter receio de se expor, e não pensar duas vezes no que é mais importante, ser ou aparecer.
A resposta é obvia, e neste sentido se você merece ou acha que merece muito, não pare. A coisa mais valiosa que você tem na vida é o seu tempo.
Ainda que pessoalmente tenha resistência a essa exposição mediática vou dar uma sugestão, imagine que você é uma embalagem um produto, neste caso, se concordar, utilize os conceitos da comunicação mercadologica, uma boa linguagem, um signo visual, uma boa imagem, que é a melhor forma de atrair a atenção do seu publico alvo, e muito conhecimento daquilo que você representa ou quer representar, vídeos e fotos entre outros detalhes.
Este tipo de comportamento muito valorizado nas redes sociais tem algumas características que apesar de situações serem de algum modo diferentes, em algum momento se encontram, se alinham.
Por exemplo, hoje na vida corporativa, é tão importante o conhecimento quanto a sociabilidade, quase todos os RH avaliam a capacidade de interlocução, a forma como você age no meio corporativo, e isso implica na maioria das vezes uma adequação ao cenário, à cultura da empresa.
Sem que isso pareça uma exigência, ou você atende os requisitos e incorpora um personagem, uma mascara, para representar o personagem que você não é, ou você está fora. Essa prática bem disseminada no mercado, exige um investimento constante em manter uma personalidade que atraia a atenção do seu público, colegas chefias e até até clientes, dependendo do seu tipo de atividade.
A comunicação motivacional também usa recursos parecidos de incorporação de imagem, obviamente, de forma positiva, através de palestras motivacionais, vivencias existenciais, estímulos visuais, mudanças comportamentais.
Vou dar um exemplo, em alguns eventos, o publico participante ao entrar no recinto depara-se com vários espelhos que refletem a sua imagem, porem, cada espelho tem uma frase motivacional para você incorporar como sua e reforçar os seus valores, “Você é uma pessoa incrível”.
Isto é apenas uma ilustração que reforça o conceito de aparecer, de estar em foco, mas, aqui não há vaidade, há estimulo a uma mudança comportamental.
Lembro de um exemplo que chama a minha atenção, infelizmente uma particularidade não muito correta, levando pessoas a assumirem posturas ou atividades que não lhe pertençam, por vaidade e ego. Esta atividade, utilizada freqüentemente, foi mais tarde assumida por uma empresa que assinou a sua paternidade, mais que vaidade, é usurpação do direito autoral.
Esta semana li um artigo Estado de São Paulo, na pagina Carreiras & Empregos um artigo falando da importância das viagens ajudarem as empresas a reter talentos.
É uma verdade, concordo porem, o contexto do artigo valoriza o aspecto inovador, a grande sacada, algo que está acontecendo agora, o que não é verdade.
Sem querer entender o mérito do artigo, acho que a forma de como foi divulgado tem como objetivo dois pontos distintos, partilhar conhecimento, mas, o mais importante, é a importância, a imagem do autor pelo significado e oportunidade do artigo.
Podemos de fato valorizar o autor pela oportunidade, porem, o artigo na sua divulgação está divulgando uma pseudo verdade do que está acontecendo no mercado.
O autor está esquecendo que as viagens de incentivo ocorrem à mais de trinta anos no Brasil, assim, seria bastante objetivo, se a publicação valorizasse que é uma prática já existente e que hoje esta fazendo a diferença.
Cabe destacar que nem tudo que vem do passado está ultrapassado, e o mais importante, é o reconhecimento a quem de fato desenvolveu a atividade como forma de estimulo e motivação.
Sei que esta minha reflexão pode parecer um questionamento critico, uma questão de semântica sobre o sentido das palavras, talvez, porém, o verdadeiro objetivo é colocar limites nas necessidades que muita gente tem de aparecer, além de ser uma postura antiética, não é um sinal de autenticidade.
Para terminar cito um pensamento do professor e filosofo
Mário Sérgio Cortella
“- Dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, ao se encontrarem, param e trocam as ideias; e cada um vai embora com duas”.
Quem sabe, é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir ideias, para todos serem reconhecidos
Obrigado
Edmundo Monteiro de Almeida