Como explicar que o país do futebol, bicampeão Olímpico, não participará nesta
modalidade, dos Jogos, este ano em Paris?
Serão menos atletas na conta do COB, e mais uma vergonha para o nós que amamos o
esporte e ficamos sem palavras num momento como este. Eu me dei ao trabalho de assistir a todos os jogos do pré-olímpico.
Nossa questão nunca foi técnica. O time que estava em Caracas tinha jogadores já com contratos muito bons, participando de ligas na Europa e outros continentes. Entretanto, o comportamento, dentro e fora de campo, mostrava uma total falta de sintonia.
Sinceramente, a preparação destes atletas já é bem melhor do que foi no passado,
mas estava muito claro que a postura, e eu digo como profissionais que deveriam ser,
ficou em outra cidade, em outro país.
Como brasileiro fico muito triste com este fato, e acabo ficando preocupado com a
nossa participação na Copa do Mundo de 2026. Afinal estamos em sexto lugar na
classificação, sem saber qual é o nosso time, sem que o novo técnico tenha sequer
feito uma única convocação.
Mas, nosso assunto aqui são as Olimpíadas e não o futebol em si. Minha abordagem é
o ponto de vista de quem patrocina. Então vamos tentar pintar um cenário novo para
esta próxima Olimpíada.
Por conta disso, o Comitê Olímpico do Brasil, já deve ter retirado de sua contabilidade,
pelo menos uma medalha, não sei de qual cor. Para aqueles que adquiriram os pacotes de TV, também já estão contabilizando as perdas de audiência, pelo simples fato de não terem o Brasil disputando o tricampeonato Olímpico como protagonista.
Para os patrocinadores do COB, o problema é um pouco menor.
Sim, muito por conta do jogo de estica e puxa sobre poder ou não utilizar o futebol em
suas ações de marketing. E antes que me corrijam, estou dizendo apenas que se trata
de um assunto mais delicado e cheio de nuances.
Agora ficou mais fácil. Penso que as empresas deveriam ter como influenciar nas questões administrativas, e deveriam ter no mínimo um fórum para apresentar suas observações quanto aos aspectos relativos, principalmente a gestão.
Peço desculpas mais uma vez, por insistir neste ponto. Se não for para participar das decisões administrativas, pelo menos fazer algum tipo de pressão, não por conta de preferir o treinador 1 ao treinador 2, não me refiro a isto. Mas sim de fazer com que as questões administrativas andem.
Ficamos esperando um italiano, pois deveríamos ter um técnico estrangeiro. Tivemos 2 interinos, um que nem deveria ter sido cogitado, na medida em que neste cargo, nunca realizou um trabalho de destaque; o outro que assumiu, tem um estilo que com a realidade dos calendários, é impossível fazer dar certo.
No final do dia, a solução foi caseira mesmo. Uma providência que poderia ter sido
tomada ao final da Copa de 2022. Por isso meu ponto.
Se você e sua empresa desejam entrar num patrocínio deste peso, tenham consciência
de que vão precisar influenciar não no esporte em si, mas sim nas questões de
administração mais importantes.
Peço perdão, mais uma vez pela minha ignorância, mas não atentei para o fato de que
o comandante do futebol ter sido destituído, assumido um novo, que dias depois foi
também destituído e o antigo voltou, até que sejam realizadas novas eleições.
Turma, os patrocinadores têm seus defeitos? Claro que sim.
Mas a grana que é colocada em projetos como este, é muito pesada. Digo isso, pois já
estive sentado nesta cadeira, e a cobrança é enorme.
Desta forma, não consigo avaliar se conselho é bom ou ruim, mas tenham na cabeça, pelo menos as respostas para perguntas, que nada terá a ver com o marketing propriamente dito, mas muitas vezes mesmo que o tema central seja de outra natureza, lembre-se de que foi você, quem deu a cara, na hora de defender a proposta de patrocínio internamente. Esteja preparado.
Para isso, esteja bem-informado. Saiba o que está rolando. Se possível antecipe os
problemas. Eu, em minha vida corporativa, quando sabia que feito uma besteira, saia
correndo para informar meu superior direto. Era sempre menos problemático.
Vamos nos preparar então. E talvez seja melhor ir para o Tahiti. Lá as chances são
boas, e é um belo lugar para estar.