Novos jargões de marketing entraram nas conversas de quem transita no universo do marketing em 2021. Crypto, NFTs, zero-party data, metaverso e outros termos foram usados à exaustão sem que exista unanimidade sobre exatamente o que eles representam. Veja a lista.
Meta – Este prefixo já havia sido irritantemente utilizado muito antes de se tornar o nome da empresa dona do Facebook. Agora, dá a oportunidade do seu fundador, Mark Zuckerberg, impactar o mundo virtual apenas com o físico.
Distópico – Na verdade, distópico é um mundo completamente maravilhoso. Descreve, entre outras coisas, um perturbadoramente vasto gênero literário e cinematográfico. O que é assim, então, distópico agora, é o fato desse termo ser usado tantas vezes.
Metaverso – Primeiramente, é pouco claro o porquê “meta” se tornou o prefixo usado para designar um universo holográfico, onde todos se tornam nerds vestindo um headset de realidade virtual (ou algum dia, implantes ópticos cirúrgicos).
Crypto – Apesar desse prefixo poder se encaixar com várias coisas, seu uso para o ambiente das “criptomoedas” sempre questionável. Afinal, facilitar transações de crime organizado é apenas uma parte das propostas, já que “Crypto” significa “escondido”. E o que poderia ser menos escondido do que algo que muitas pessoas literalmente não podem parar de falar a respeito, o tempo todo?
Áudio social – Lembra daqueles dias idílicos (março) quando o Clubhouse e o áudio social eram o futuro do marketing? Quando, antes do Metaverso (setembro), era o futuro do marketing? O áudio social é muito suave. Ao invés disso, que tal a descrição que um comentarista de Twitter deu: “Blowhard pensou que era líder de um inferno distópico” ou BTLDH (de “Blowhard thought leader dystopian hell”) para encurtar.
NFT – Non-fungible tokens são o real futuro do marketing – a menos que eles não sejam. Até agora a tendência parece ter poder de permanência, as marcas abraçaram os NFTs de uma forma enorme e os consumidores seguiram.
Dados zero-party – Forrester é creditado por isso, e talvez mereça a culpa por introduzir outros patogênicos linguísticos dentro do Metaverso. Isso serve para descrever qualquer dado que os consumidores dão às marcas ou companhias intencionalmente. Mas então, isso também parece descrever os dados “first-party”. Enquanto oposto aos dados “second-party” (o que se pede emprestado de uma editora, plataforma, varejista etc.), ou dados “third-party” (o que se compra de corretores de dados). Existe zero necessidade para essa descrição. Mas vida que segue.
Apoio de decisões – Uma antiga mas boa – que descreve a pesquisa do mercado em seu sentido mais cínico possível, enquanto algo que se compra para apoiar uma decisão já tomada, de qualquer modo.
Game changer – Outro antigo mas bom, descrevendo “disruptores”. Mas, nós devíamos ter aprendido de que isso não é um jogo.
In house – Nós somos lembrados da fala de Mandy Patinkin, de “A princesa prometida”: “Você continua usando essa palavra. Eu não acho que essa palavra signifique o que você pensa que significa”. É ainda mais claro que as coisas que os publicitários chamam de “interno” geralmente não estão em suas casas. Por exemplo, “in house”, a compra programática costuma ser feita com uma plataforma externa de demanda. A Unilever tem uma rede global de estúdios de conteúdo de marketing “in house” em que as pessoas são empregadas pela Oliver, uma unidade da You and Mr. Jones.
A indústria precisa de uma nova frase para esse fenômeno, como “danem-se as agências”. Mas esse tipo de verdade nua e crua, é, bem, inconcebível.