Prezados leitores, diferentemente das minhas outras publicações, este artigo está dividido em duas partes e tem dois autores. Por quê? Primeiro pela sua importância e complexidade do tema. Segundo pela disposição de meu convidado Wilson Canova, empreendedor dedicado a desafios complexos e soluções por cocriação, em contribuir com um viés estratégico e propositivo, que gentilmente está compartilhando comigo e com os leitores.
A coexistência pacífica entre gerações não passa de uma enorme falácia.
A arrogância e o preconceito são alguns dos fatores que estão impedindo o mercado e as novas gerações de entender a importância da geração 50+, os boomers, isto sem falar da não inclusão e deformação cultural.
Para as novas gerações, nada do que hoje é comum e trivial existia quando os nossos pais nasceram, é só começar a enumerar, a relação é enorme.
Preconceito descaso intolerância?
Realmente não sei, porém, é um fato, a sociedade, não só de jovens, rejeita a geração boomers, a tal dos 50+, esquecendo a relevância da sua contribuição e ainda a sua capacidade produtiva.
Uma realidade que reforça a minha percepção de que não há expectativas positivas, imputo isso aos valores ou à falta deles, à intolerância, e ao oportunismo da nossa sociedade.
O problema não é Brasileiro é global, porém, o que mais me assusta é reconhecer que é principalmente nos países de terceiro mundo, os menos evoluídos, que esse fenômeno é mais evidente.
Mais que um desperdiço de conhecimento e cultura, é uma arrogância cultural que mais parece um complexo de inferioridade, diante de um sistema de valores incompatível com qualquer sociedade.
No Brasil, segundo Almeida (2016), um desempregado aos 40 anos acaba caindo na informalidade. Hoje, dos homens com mais de 40 anos nesta situação, 43% trabalhampor conta própria, ou seja, quase 60% estão desprotegidos socialmente.
O envelhecimento é um fator de exclusão no mercado de trabalho, os “50+ anos”são vistos como profissionais mais caros e menos produtivos, assim, é muito comum caírem no mercado informal, ainda que algumas empresas principalmente, as multinacionais, estejam reconhecendo a importância do seu conhecimento e experiência.
O mundo está preocupado com a imagem do politicamente correto, com as florestas, com os oceanos, entre outros, temas de muita imagem midiática, sem querer discutir a prioridade não digo que estejam enganados, porém, neste sentido, não podem esquecer o compromisso das gerações mais velhas que sacrificaram parte da sua existência na construção de um mundo melhor e ainda podem fazer mais.
Não somente por uma questão monetária, e de um modo geral e independente da idade, o ser humano saudável tem necessidade de realizar, de ser útil, de contribuir, de sentir-se vivo e respeitado, por sua família e sociedade.
E o melhor que tudo é que ao a geração 50+ anos um reuniu um repertório de experiências, que além das competências, – (Conhecimento, Habilidades e Atitudes), soma-se a vivência prática e networking, poderoso ativo para continuar a ser útil para si, sua família e para a sociedade.
Os ativos dos 50+, competências, vivência prática e networking podem ser potencializados, se conectados com os jovens e sua energia empreendedora, como proposto na parte 2.
Auto-estima e aprovação social é uma necessidade comum para todas as idades, porém, os mais jovens têm como premissa o desafio profissional a ambição, e principalmente, poder aquisitivo e poder, características mais predominantes das novas gerações, ainda assim, convivendo com a depressão stress e muita ansiedade.
Não quero fazer comparações ou críticas, até pelo respeito que tenho por quem tem desejo de crescimento profissional, o desejo para investir na construção da sua identidade.
A satisfação ou a necessidade pessoal de realização é uma realidade, felizmente é valorizada, com trabalho e com os desafios, uma característica inerente para ambas as gerações.
Neste capítulo ressalto os sistemas de automação como um dos impedimentos associados à não contratação de profissionais mais idosos, a sua falta de formação tecnológica, diante da predominância de sistemas, hardware e software.
A falta da evolução tecnológica justifica o motivo, a razão, o impedimento de contratação dos profissionais mais velhos.
O segundo fator que afeta a taxa, é globalização a inovação, exigindo conhecimento e usabilidade tecnológica na busca da eficiência e produtividade através de novas tecnologias. Um impedimento ou uma desculpa, talvez correta dentro de um contexto industrial, porém, distante em serviços incluindo a comunicação, a informação e o comércio.
Quero apenas ressaltar a omissão e o desrespeito ao conhecimento, uma desculpa injustificada de que a tecnologia impede a relação entre passado e presente.
Obrigado
Edmundo Monteiro de Almeida