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Parte 2: Etarismo - Solução por inclusão na economia produtiva e inovação aberta

Convidamos os leitores para uma reflexão sobre o Etarismo, como um problema complexo, que exige soluções para além das capacidades de indivíduos e organizações.


Prezados (as) leitores (as), atendendo ao gentil convite de Edmundo Monteiro de Almeida, para colaborar no artigo Parte 1 – Etarismo – A intolerância nos impactos sociais e econômicos da sociedade, compartilho aqui uma visão sobre soluções que podem contribuir para reduzir de maneira significativa os impactos negativos da exclusão dos profissionais de 50+ anos, com potencial para impactos na economia do país.

Primeiramente, convido os leitores para uma reflexão sobre o etarismo, como um problema complexo, que exige soluções para além das capacidades de indivíduos e organizações, e portanto, exigente em conhecimento, interações humanas e colaboração entre múltiplos atores.

Cenário utópico para vencer as barreiras do etarismo.

Partindo do pressuposto de que no Brasil, como a seguir mencionado, temos capacidades humanas e recursos de tecnologia em abundância, propomos aqui uma reflexão sobre problemas complexos, que podem ter soluções que se alimentam mutuamente, de forma complementar e sinérgica, onde o total é maior que a soma de suas partes: 

Problema 1 – Exclusão dos 50+ anos da economia produtiva – a nova maioria em formação no Brasil está sendo impactada negativamente e de forma severa pelas barreiras no acesso à renda e ocupação formal, embora seja detentora de um ativo importante, no plano individual e no conjunto para a nação.

Oportunidade na forma de “ativos escondidos”: “54 milhões de brasileiros acima de 50 anos, segundo o IBGE e, em 2040, segundo estudo da PwC e da FGV, 57% da força de trabalho do país terá 45 anos ou mais – Link art Exame, out/20.

Problema 2 – Desemprego entre os jovens – sobretudo entre 18 e 24 anos, os mais penalizados com o desemprego.

Oportunidade na forma de “ativos escondidos“Desemprego assombra mais jovens e a geração acima de 50 anos, diz estudo” – sobre o desemprego entre 18 a 24 anosLink art CNN, 27/6/22

Problema 3 – A produtividade no Brasil – como consequência de deficiências na educação, ocupamos a 62ª posição no ranking de inovação, embora sejamos a 12ª economia mundial. Um trabalhador norte americano produz o equivalente a quatro brasileiros – Link FGV – UOL

Oportunidade na forma de “ativos escondidos”: A criatividade e sociabilidade são características reconhecidas nos brasileiros. Nossos profissionais se destacam no cenário corporativo global e estamos entre os primeiros no mundo em tempo de uso das mídias sociais e na adoção de novas tecnologias. Link art. “O Brasil é o 3º país do mundo”.

O futuro é colaborativo: A Janela de oportunidade da inovação aberta

Nas interações para esta publicação, fazemos uma abordagem colaborativa, aplicável aos três problemas, acima mencionados, que têm em comum deficiências em dois campos:

a) Educação – Falta cultura e prática efetiva de transmissão de conhecimento, processos e ferramentas, personalizáveis para os indivíduos e customizáveis para regiões e setores econômicos, sobretudo com recortes na capacitação para inovação e empreendedorismo. 

b) Conexões – Predominância de comportamentos “silos estanques” nas conexões entre a produção de conhecimento acadêmico, mercado, governo e sociedade. Os jovens e os 50+ sofrem calados as dores de suas exclusões. As organizações e o país, perdem oportunidades para inovar e ativar negócios, emprego e renda, como consequência do baixo nível de interações por interesses pontuais, propositivas e fluidas, que levam a ação, inovação e emissão de nota fiscal. 

Vamos juntos pensar em alternativas para acelerar a inovação e competitividade, no plano individual e das organizações – setor público, mercado, academia e ecossistemas de inovação e empreendedorismo? 

Nessa publicação endereçamos ideias de soluções para os três problemas complexos, acima, em conjunto, como estratégia para engajar os grupos de interesse e da sociedade, com a tração necessária para o uso combinado do tsunami de novos modelos de negócios, ferramentas e tecnologias colaborativas, e assim alavancar os “ativos escondidos” nos problemas.  Link PTM – Propósito Massivo Transformador, do livro Organizações Exponenciais.

A expressão “open innovation” foi cunhada por Henry Chesbrough em 2003, quando em uma pesquisa no Google, ele recuperou 200 links sobre o tema, ainda sem a frase e conceito estruturados. O autor fez a mesma pesquisa em 2010 e obteve 13 milhões de links. Em agosto de 2022, repetimos a pesquisa e o Google retornou 24,8 milhões de links. 

A inovação aberta, “o uso de entradas e saídas propositais de conhecimento para acelerar a inovação” é um caminho sem volta. Link art. Forbes, de Henry Chesbrough em blog criado para aproximar o mercado e a academia. 

Partindo do entendimento de que inovar é resultado do encaixe de “hipóteses de problema a resolver; de solução com valor econômico e de estratégias de implementação”, fica ainda mais evidente a interdependência de múltiplos atores, com competências e experiências complementares, e assim, deve incluir as pessoas nos extremos das faixas etárias, que podem ser capacitados como agentes de inovação e empreendedorismo.

   Hipótese de solução: Inclusão massiva dos 50+ na economia produtiva e inovadora.  

Conectar os profissionais 50+ anos nos desafios de desenvolvimento de inovação e empreendedorismo, em conjunto com os jovens, como um programa permanente e descentralizado, para otimizar o uso das competências individuais, típicas de cada grupo etário, para acelerar o desenvolvimento sustentável, em escala.

 

  As competências, definidas pelo acrônimo CHA – conhecimentos, habilidades e atitudes, são ativos dos indivíduos e da nação, e no caso dos 50+, adicionado de vivências práticas   e networking, construídos ao longo da vida, que podem e devem continuar a beneficiar os indivíduos, suas famílias e a sociedade.  

  Nessa publicação, convidamos os leitores a pensar sobre a formação de células de inovação e empreendedorismo, que denominamos “Squads Aceleradores de Inovação e Empreendedorismo”, que são esquadrões formados por jovens e 50+.  

  Sobre os Squads Colaborativos, abertos às contribuições de pessoas e organizações

 As ideias iniciais sobre a formação de Squads de Inovação e Empreendedorismo estão abertas também às contribuições dos leitores, por meio do link “Squad de Inovação e   Empreendedorismo”, a serem consideradas nas próximas publicações sobre este tema, em itens como:

  Formação – Os Squads são células flexíveis de trabalho, formados por profissionais 50+ e jovens, com competências e interesses complementares, em tipos de atividades e territórios de atuação. Os membros deverão ser avaliados por curadoria dos pares e contratantes. 

  Personalidade jurídica – Os esquadrões devem ser unidades de desenvolvimento de atividades profissionais independentes, onde cada membro presta serviço diretamente para os contratantes e emite nota fiscal como PJ, MEI e outras modalidades.

  Flexibilidade horária – Como cada indivíduo 50+ e jovem têm disponibilidades de horas variáveis, por interesses, atividades acadêmicas e outras limitações, cada um define o aceite de tarefas e autogerencia com ferramentas colaborativas, com base em entregas. 

  Remuneração – O Squad inicia ou adere a desafios de inovação, com preços definidos a cada projeto, baseado em entregas, negociados pelo líder do Squad, com o acompanhamento dos participantes.

  Vitrine de Competências – Os Squads e cada membro cadastram suas competências e interesses em ferramentas colaborativas, parametrizadas por instituições setoriais, onde são encontrados por empresas e startups, que contratam diretamente, sem intermediação.  

  Capacitação dos 50+ anos e Jovens, organizados em Squads, por setor território.  

 

Para que a iniciativa contribua efetivamente acelerar a inovação e o desenvolvimento de produtos, serviços ou novos negócios, uma ideia é unir o país em programa de mobilização para a formação e capacitação de Squads de Inovação e Empreendedorismo, com o apoio a serem buscados, como o sistema S (SEBRAE, SENAC, SENAI, SENAR) e de instituições setoriais e regionais, por exemplo, a Fecomércio, ABRESI, UVESP, APM, FACESP, CDL, Universidades, Ecossistemas de inovação e Empreendedorismo – incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos.

Os impactos das hipóteses de soluções aqui propostas podem ser expressos na frase de Prahlad, autor do livro “A riqueza na base da pirâmide”, considerado um dos maiores pensadores do mundo dos negócios do final do século passado e início deste milênio:

O empreendedorismo em larga escala e em ampla extensão está no centro da erradicação da pobreza”. 

A proposta deve considerar plataformas colaborativas para estabelecer comunicação fluida, sem atrito e em modo contínuo, entre todos os envolvidos no processo de inclusão, em projetos de inovação, empreendedorismo, emprego e renda, incluindo os 50+ anos e os jovens, de forma consistente e com objetivos econômicos e sociais na mesma dimensão, como estratégia para criar valor para os indivíduos, além de capturar competências e riquezas para o país. 

A economia de rede, que valoriza a confiança e a colaboração, com base na abundância da informação, está substituindo o velho modelo da competição acima de tudo, que usa a informação escassa como vantagem competitiva – Link Art. Global Touch, Júlia Caiado, 4/7/21.

Inclusão dos 50+ e dos jovens, de forma sinérgica, rumo ao “País que a nação deseja”   

Tornar realidade o “Brasil, país do futuro”, frase título do livro de Stefan Zweigescritor austríaco, em 1941, que completa 80 anos, pode começar agora, como um legado de lideranças visionárias, em importante momento para a nação, com uma carta aberta aos candidatos. 

É preciso partir de alguma premissa e dar mais oportunidade, talvez capacitar para que essa mão de obra nas faixas etárias extremas, para que tenham mais oportunidades de participar do desenvolvimento de inovação e empreendedorismo. Embora parte da sociedade seja cada vez mais individualista, felizmente, um grupo cada vez maior entende que é ajudando os outros que alcançaremos um mundo melhor. 

Sobre “problemas complexos” – o enfrentamento exige conhecimento e coragem 

para todo problema complexo, existe sempre uma solução simples, elegante, e completamente errada”. Jornalista norte-americano Henry Louis Mencken, publicada em 1917.

Como o cenário proposto nesta publicação é um convite para pensarmos em soluções para o etarismo, problema que pode ter soluções potencializadas por abordagens complementares e sinérgicas com outros problemas, com similar complexidade, compartilhamos alguns links sobre “problema complexo”, em definições que podem ajudar no entendimento e colaboração:

Art. Porvir – Adam Kahane, físico Canadense, de consultoria especializada em inovação social, autor do livro publicado no Brasil “Planejamento de Cenários Transformadores”, onde pessoas com opiniões e posições diferentes, afetadas por uma mesma situação, reúnem-se para transformar o futuro, não pela imposição e pelo confronto, mas pela construção de relacionamentos, intenções e entendimentos compartilhados.

Art Blog do Nei – Definições de simples, complicado, complexo ou caótico, onde alerta para a nossa visão limitada da realidade, por Nei Grando, diretor da Strategius, mentor, consultor, professor e palestrante sobre estratégia, inovação e transformação digital.

Art Inovadores Inquietos: O profissional do futuro e sua capacidade de resolver problemas complexos.

 Obrigado, 

“Wilson Canova. Sou empreendedor “desde sempre”, com paixão pelo desenvolvimento de negócios inovadores e de base tecnológica, sobretudo com desafios complexos, exigentes em soluções colaborativas.

Tenho formação como Técnico Agropecuário, Direito incompleto, pela PUC SP. Acredito na determinação e disciplina como fatores de diferenciação para empreender. Desde o início da internet comercial no Brasil tenho me dedicado a negócios inovadores, com base na prática da tese das 10 mil horas, de Malcom Gladwell. Ver alguns projetos em Meu perfil Linkedin.”