O exercício de prever o futuro é tentador. Principalmente em momentos onde as pessoas precisam rever conceitos, entender situações e equacionar soluções para o futuro, como estamos vivendo hoje.
Bolas de cristal aparecem como ferramentas em alta, e algumas delas têm tomado a forma da transformação digital. E os avanços tecnológicos já estão a pleno vapor. Contudo, como se fala no “mundo da moda”, uma coisa é a alta costura mostrada nos desfiles, outra, é o que se vê na rua.
Em nosso contexto, uma coisa são as inexoráveis tendências tecnológicas que, certamente, começam a fazer parte do nosso presente e serão o nosso futuro. Outra coisa, é falar disso como se fosse acontecer de uma forma abrupta para todas as organizações, e, ao mesmo tempo.
Pensar no digital como uma jornada evolutiva parece uma atitude mais perto da realidade do que sua discussão somente como um movimento disruptivo.
Ser digital não significa necessariamente um salto que rompe tecnologias, padrões ou modelos já estabelecidos. Pode ser, mas não é uma sina nem obrigação, como muitas vezes a gente vê escrito por aí.
Outro pensamento equivocado é acreditar que inovar significa inventar, criar algo que nunca foi feito. A inovação é, muitas vezes, a utilização de conceitos conhecidos e comprovadamente eficazes em situações em que eles nunca foram aplicados antes. Quer dizer, inovar não é um dom, mas um comportamento.
Muitas coisas podem ser feitas em benefício das empresas ou organizações em termos de avanços importantes, seja em fluxos de receitas existentes, melhoria da produtividade, experiência do cliente, redução de custos ou qualidade de vida das pessoas. Mas, para isso, será necessário quebrar essas crenças limitantes contidas nesses paradigmas criados em torno da tecnologia digital.
Estratégias digitais atuam sobre os ciclos de otimização, automação e transformação conforme o estágio de maturidade de cada organização.
Vivemos em um país onde o ecossistema empresarial é heterogêneo e não é razoável falar-se de uma única perspectiva para tratar do assunto.
Embora conceitos e abordagens devam ter uma coerência e base comuns, devemos avaliar cada segmento, cada tipo de negócio ou organização e cada situação de uma forma particular.
Os impactos da tecnologia em cada situação são diferentes e precisam ser tratados de formas adequadas e diferenciadas, conforme momento e necessidade.
Para a reflexão, deixo aqui o pensamento de que considerar o digital daqui para a frente como jornada para o crescimento sustentável das organizações é necessário.
Proatividade em relação ao digital deverá ser o comportamento dominante, seja para construir estratégias evolutivas ou disruptivas.
Tenham em mente que todas serão digitais. Algumas otimizam, outras automatizam e outras transformam. E todas as organizações precisam delas hoje e no futuro.