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Quanto vale conhecer o seu cliente?

Além da simplicidade, outro fator muito interessante, é que ao envolver estas duas grandes estrelas, a tentação que sempre aflora, é fazer com que estas celebridades façam declarações que na maioria das vezes, não soam como verdadeiras.

Faz algum tempo que não comento um filme anunciando um produto ou serviço. Hoje, vou conversar com vocês, leitores, sobre uma das criações mais interessantes que tenho visto ultimamente. Digo isso por razões nas quais acredito muito.

Em primeiro lugar, quero comentar que o maior mérito deste filme comercial. A simplicidade. Sim meus amigos. A trama protagonizada por dois dos maiores ídolos do esporte mundial, é terrivelmente simples.

O filme nos mostra como cada um dos dois tenta atrair uma criança para seu lado. E no final, o desfecho é inusitado, mas demonstra claramente que, para que ganhemos da concorrência de mercado, precisamos conhecer pelo menos um pouco nosso cliente, pois na medida em que isso acontece, a opção, a escolha, fica muito simples de ser feita.

Alem-da simplicidade, outro fator muito interessante, é que ao envolver estas duas grandes estrelas, a tentação que sempre aflora, é fazer com que estas celebridades façam declarações que na maioria das vezes, não soam como verdadeiras.

Me lembro muito bem, quando na superliga de vôlei, surgiu uma equipe fortíssima e que tinha como patrocinador uma empresa de produtos de beleza femininos. 

Logo, para aproveitar o contrato da maior estrela da equipe, produziu-se um comercial, mostrando toda a habilidade técnica em quadra, e a proteção que o produto oferecia a atleta, mesmo depois da disputa de 5 sets de uma partida.

Até aqui tudo muito bem. O que ninguém poderia esperar, é que, esta mesma atleta, ao dar uma entrevista a uma revista de produtos de beleza, declarasse que usava mesmo, um produto similar, mas da concorrência.

É a tal questão de usar estes grandes atletas, sem pensar claramente numa comunicação 360º.

É de arrepiar.

Quanto ao acting das duas estrelas, apesar de cada um atuar num esporte, futebol e basquete, quem criou, soube colocá-los tranquilamente, interagindo, com o que os dois mais sabem fazer. De um lado uma bola e de outro possibilidade de fazê-los encantar um fã, em dúvida para que lado pender.

O problema é que quando se pensa que o marketing do esporte, é uma solução para quase todos os, males, se inicia uma trilha, onde vamos exigir de nossos contratados, que interpretem papeis, que muitas vezes não tem a menor afinidade.

Não é assim que as coisas normalmente acontecem?

Ao vender a contratação de celebridades, a defesa quase sempre está no conceito, de que o contratado vai transferir para o produto, toda a sua imagem, mostrando ao seu cliente que se trata de um aval importante na escolha que acabará sendo feita pelo consumidor.

Muitas vezes nos deparamos com peças, onde o protagonista, está claramente numa posição desconfortável para interpretar aquele papel, que acaba parecendo meio forçado.

Bom, de cara, alguns vão dizer que isto é um problema de direção. E certamente não vou tirar sua razão. Cabe ao diretor de cena, extrair tudo de bom que seus protagonistas têm para oferecer.

Mas, não é isso que normalmente acontece.

Principalmente quando se em cena Messi e Kobe Bryant.

Frente a frente com esses caras, o primeiro pedido é um autógrafo para o filho, que na verdade não vai nem tocar naquela bola. E depois perguntamos se podemos fazer uma selfie.

Claramente, fica mais difícil dirigir um cara desses do que a criança que vai contracenar com eles. Até porque, a criança vai fazer o papel dela mesma. 

Assim, o filme da empresa Turkish se desenvolve com cada um desempenhando o que realmente fazem no diariamente: interagir com a bola de futebol; interagir com a bola de futebol, uma bola de basquete, a criança sem saber qual dos dois prefere, e a personagem principal, aparece no final oferecendo a saída para o protagonista.

Simples.

Super elegante.

Inusitado.

E principalmente, divertido.

Não há como não esboçar um sorriso a cada cena que o comercial vai te oferecendo.

Este é o marketing do esporte em que acredito.

O envolvimento, a emoção, a simplicidade de construir uma mensagem direta, reta, simpática e que fica na cabeça das pessoas mesmo que você não vá comprar uma passagem da Turkish na próxima semana.

Para encerrar, um apelo. Não coloquem nossos astros, do esporte em situações em que eles não vão se sentir bem e por isso serão incapazes de entregar o benefício que tem possibilidade de emprestar a sua marca.

Pense nisso, antes de qualquer decisão.

Por outro lado, atletas e celebridades do esporte. Ao aceitarem colocar, representar uma marca, estampada em seu uniforme, lembre que este sobrenome, é muito importante para muita gente. Seja generoso, e peça a seus agentes para não encherem muito a paciência.

Eu acreditei, e ainda continuo nesta mesma toada que o esporte é um caminho completo, perfeito para qualquer marca. Só tem um problema, que é muito comum e nós insistimos em nos iludir; dá muito trabalho. Muito mesmo.