Quem se lembra do vídeo de 2023 de estudantes universitárias debochando da colega de classe com mais de 40 anos? Ou recentemente, de Ivete Sangalo respondendo a uma repórter que “elogiou” o fato da cantora “nem parecer que tem 50 anos”? Dois exemplos de etarismo, que também tem ganhado espaço nas pautas corporativas.
O etarismo é o conjunto de estereótipos, preconceitos e discriminações direcionados a pessoas com base na idade, segundo descreve a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização global também alerta que a discriminação por idade pode trazer sérias consequências para a saúde, o bem-estar e os direitos humanos.
Nos dias 26 e 27 de março aconteceu em São Paulo a 19ª edição do LACTE (Latin America Community for Travel and Events), evento organizado pela Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev), que discutiu entre muitos assuntos, o problema do etarismo no nosso mercado de eventos e viagens corporativas. E as reflexões nos palcos apontaram que o problema não está só nas dificuldades encontradas pelos profissionais 50+, mas também pelos jovens que sofrem discriminações em disputas de vagas, promoções ou conquista de credibilidade em suas funções devido à idade.
Na DMC, que é formada por 03 unidades de negócios diferentes – a DMC Live Marketing, a DMC Music Branding e a plataforma ESG Pulse – 53% dos nossos profissionais têm 50+. E esse mix com a outra metade das pessoas, que têm entre 20 e 49 anos, garante a diversidade de ideias e visões de mundo que tornam o nosso negócio tão próspero. Descobrimos no Lacte19, que somos uma empresa ”age-friendly”! O termo é recente e existe até uma certificação internacional para as empresas em todo o mundo, que avalia as melhores práticas e políticas de recursos humanos para a inclusão dos profissionais 50+.
De acordo com o IBGE, até 2040 cerca de 57% da força de trabalho será formada por pessoas 45+. Cidades estão sendo pensadas para estarem adaptadas para essa realidade, marcas cada vez mais incluem modelos longevos em suas campanhas publicitárias e desenvolvem produtos para este público, políticas públicas precisam ser definidas para acolher esse novo cenário. E as empresas precisam repensar seus desafios geracionais, afinal o país fica cada vez mais velho.
Eu acredito que a diversidade gera criatividade e ter uma equipe formada por pessoas com diferentes pontos de vista, aspirações e atitudes distintas impacta a cultura organizacional e afeta a produtividade coletiva de forma positiva. Liderar um ambiente de trabalho com até 4 gerações de profissionais não é fácil. Mas esse é o tipo de impacto que buscamos incansavelmente gerar por aqui: aquele que transforma e possibilita conexões valiosas para todos. Você já parou para pensar na configuração do seu time a partir dessa perspectiva?