A Yamamura, maior loja de iluminação da América Latina, completa 50 anos em outubro. Para comemorar uma data tão simbólica, nada melhor do que contar essa história de sucesso para as novas gerações e, também, para todos os fãs e clientes da megastore. Por essa razão, nasceu a ideia de eternizar essa trajetória nas páginas de um livro, que foi contado principalmente por Chie Yamamura, de 83 anos, matriarca da família e viúva de Tokyo Yamamura, mais conhecido como Geraldo, o casal fundador da Lustres Yamamura, em 1972.
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Para enriquecer a obra, seus três filhos Marcelo, Thaís e Roberto, assim como antigos funcionários da loja e grandes amigos, também contribuíram com memórias sobre o longo caminho de superação da família. Todos esses relatos foram reunidos e escritos pelo jornalista José Ruy Gandra, que assina o livro Yamamura 50 anos Luz, da editora Gandra – Livros sob medida. Muito além dos desafios profissionais, as páginas também revelam as lutas vivenciadas por três gerações da mesma família, formada por imigrantes japoneses e seus descendentes em um novo país, o Brasil.
“Uma cena que trago gravada na memória é a de uma tarde na rua da Consolação na década de 1960, quando havíamos acabado de abrir um salão de cabeleireiros vizinho às lojas de lustres chiques que funcionavam no local… Me lembro de ter pensado: Acho que eu nunca vou ter um lustre na minha vida. Mas como eles são bonitos. Nem nos meus sonhos mais distantes eu poderia ter suposto que, sob o comando de Geraldo, a Yamamura iria crescer tanto, popularizar os lustres, e se tornar a maior loja de iluminação do Brasil… Graças ao pioneirismo e determinação do Geraldo e à dedicação de nossos três filhos Marcelo, Thaís e Roberto após sua morte”, trechos de Yamamura 50 anos luz, com depoimento de Chie Yamamura.
Nessa caminhada, o grande diferencial da Yamamura foi a democratização dos lustres, de forma a oferecer preços mais acessíveis, tendo vista que antigamente esses produtos eram considerados artigos de luxo. Pouco a pouco, a loja foi ganhando espaço no mercado e no coração dos paulistanos.
“No começo, em todas as lojas, os lustres ficavam pendurados no teto. Os clientes só os viam a distância e não podiam tocá-los ou observar mais atentamente os detalhes do produto. Um dia, após termos conversado a esse respeito, ele mandou baixar os lustres à altura dos olhos dos clientes, para que eles pudessem vê-los de perto e tocá-los. Em menos de um mês, toda a concorrência seguiu o nosso exemplo. É impressionante como era aguçada a intuição do Geraldo sobre as preferências dos compradores”, lembra Chie, em um dos trechos.
O livro revela também como a Yamamura conseguiu atravessar diversas turbulências no decorrer dos anos, como todos os planos econômicos que sacudiram o Brasil nas décadas de 80 e 90, assim como um incêndio ocorrido na unidade central, ainda nos anos 70. Geraldo, Chie e posteriormente, os seus três filhos também fizeram com que a rede pudesse se reinventar e modernizar frente a tantas transformações no mercado de decoração, assim como nas mídias de divulgação. Essas e outras histórias são contadas nas 240 páginas do livro.
Atualmente, a Yamamura possui cinco unidades físicas em São Paulo, além da sua loja online, com venda para todo o Brasil, que conta um mix variado de lustres, pendentes, arandelas, abajures, luminárias de piso e mesa, spots, plafons e ventiladores, sendo ainda referência em LED.
Outra fonte importante do livro é Yoshiko Sato, a “Dona Lourdes”, uma das colaboradoras mais antigas da rede, atual gerente da unidade Consolação, e que começou a trabalhar com os Yamamura ainda na época do salão (local que também abrigou uma perfumaria e uma fábrica de perucas). “Entrei como aprendiz… Depois fui trabalhar na fábrica de perucas. Um dia, faltou um operador de caixa. ‘Lourdes, preciso de você. O rapaz vai ter de sair para fazer entrega de perucas e não tenho ninguém para ficar no caixa. Você pode me ajudar?’ Tudo bem. Eu fiquei um mês no caixa do salão de cabeleireiro. Quando ele abriu a loja, no começo dos anos 1970, passei a ser funcionária da Lustres Tokyo Yamamura. A primeira loja ficava na quadra de cima da Consolação… Nunca mais me afastei da família Yamamura,” lembra Dona Lourdes, em parte do livro.
“Foi essa jornada de humildade e dedicação que transformou um nome de família em uma marca de primeira grandeza. Na memória afetiva de muitos paulistanos, o nome Yamamura tornou-se sinônimo de luz e, também, um ícone de São Paulo em sua pulsão incessante. Ao longo de seu relato, Chie nos presenteia com detalhes altamente tocantes de sua vida com Geraldo. A morte dele. Suas apostas, acertos e equívocos. Tudo por um prisma absolutamente humano. A família, a loja, a rua da Consolação e a cidade. Detalhe: não é apenas Chie a narradora. Nessa saga familiar e empresarial, você verá também a visão de filhos, familiares, colaboradores, fornecedores e amigos.”, conta o autor José Ruy Gandra, na abertura do livro.