O Afropunk Bahia teve dois dias ensolarados e de muita festa, com o regaste à ancestralidade e a celebração da cultura preta como protagonistas. Foi assim a terceira edição do evento, que serviu de palco para mais de 50 mil pessoas nos dias 18 e 19 de novembro, no Parque de Exposições, em Salvador, na Bahia. Além de brasileiros de todos os estados, o evento recebeu públicos do mundo todo como quenianos, holandeses, bolivianos e norte-americanos.
O festival teve como objetivo celebrar a comunidade em suas diferentes configurações e manifestações, partindo do lema “Do Brooklyn à Bahia, celebraremos nossa comunidade em suas diferentes configurações com o mesmo sentimento: resgatar as trocas e a afetividade que nos foram roubadas”. Ao todo, foram mais de 20 horas de programação musical, degustação de culinária baiana, interação com as ativações de 5 marcas e um momento de glamour para os que passaram pelo Black Carpet.
O-dia 18/11 começou com os DJ’s sets de QUEBRADAUM (Pivoman & Manigga) e do duo Trapfunk&Alivio convidando a Tash LC e DJ residente de Londres. Na sequência, as grades começaram a ser preenchidas pelo público que chegou cedo para aproveitar o show de Gaby Amarantos – em sua primeira apresentação após conquistar o primeiro Grammy Latino. Ela aproveitou o para dar um gostinho de um próximo álbum, intitulado Rave Carimbó, e também anunciou um volume 2 de TecnoShow (agora, com feats). A soteropolitana Majur agitou o início da tarde; seguida pelo show especial proposto pela curadoria do festival, Carlinhos Brown cantando Alfagamabetizado, seu álbum de estréia; a apresentação de Luccas Carlos convidando O Poeta, e Tasha e Tracie convidando a eterna rainha do funk Tati Quebra Barraco. Indicada a sete prêmios Grammy, a cantora norte-americana Victoria Monét entregou tudo em sua estreia no Brasil: coreografia, balé, faixas do álbum JAGUAR II.
Djonga disse que esperou muito pelo momento em que cantaria “Olho de Tigre” no palco do AFROPUNK Bahia (um momento épico, tal qual o momento em que sua avó Maria entrou para dar a benção a todos os presentes). O dia foi encerrado pelo pagodão d’O Kannalha, a grande aposta do festival cantou hits como “Penetra” e “Fraquinha” se tornando um dos pontos altos da primeira noite.
Já no dia 19, Lunna Montty levantou o público logo cedo com seu DJ set. A sequência então foi comandada por Karen Francis, Olodum e AJULIACOSTA. Em conversa com a imprensa antes do show, Alcione compartilhou sobre como fica feliz por ver a juventude gostando de suas músicas. Bastou a artista iniciar o seu espetáculo, para um karaokê de fãs cantarem a plenos pulmões músicas como “Você Me Vira A Cabeça (Me Tira Do Sério)” e “Faz Uma Loucura Por Mim”. A escola de samba de coração da Marrom, a Mangueira, participou cantando o samba-enredo de 2024, que a homenageará. O início da noite foi brindado pelo pioneiro do grime no Brasil, VANDAL.
Depois, IZA subiu ao palco com os principais hits de sua carreira e duas participações surpresa. A diva pop trouxe Russo Passapusso na faixa “Mega da Virada”, do último álbum, intitulado AFROHIT e a britânica Leigh-Anne (ex integrante do grupo pop Little Mix) – que cantou em português a faixa “Talismã”.
Por fim, KayBlack e MC Caverinha subiram ao palco, antecipando o show exclusivo de encerramento do BaianaSystem, com os convidados Patche Di Rima e Noite Dia, além da participação surpresa das Ganhadeiras de Piatã.
Entre um show e outro, as mais de 25 mil pessoas presentes em cada dia puderam desfrutar de um cardápio completo e com opções de comidas vegetarianas e veganas protagonizadas por afro-empreendedores locais. Para espantar o calor, o público contou com opções refrescantes de drinks com Smirnoff e Devassa, além de bebedouros gratuitos no local. O entretenimento também foi garantido com a Valorant. Pelo segundo ano consecutivo, a marca enalteceu a pluralidade e a atitude dos Agentes Raze, Astra e Phoenix (personalidades do jogo virtual).
O planejamento de ESG também foi um ponto forte do festival que, entre diversas ações cuidadosamente pensadas, promoveu um descarte inteligente de resíduos, auxiliando o público a fazer a separação do lixo de forma correta, reciclagem e compostagem ao vivo. Além disso, o evento contou com ações de acessibilidade, como comunicação inclusiva, fones de audiodescrição distribuídos, e plataformas PCD para que todos pudessem curtir o festival da melhor forma possível.
O AFROPUNK Bahia teve o Governo do Estado Bahia, Valorant e Smirnoff como patrocinadores oficiais. Devassa, Club Social, Salvador Shopping, ITS ACCOR GOL, Red Bull e Coca-Cola como apoiadores, enquanto a Prefeitura de Salvador e British Council foram os apoiadores institucionais. Já Águia Branca, BrAfrika, EC Bahia e EC Vitória foram parceiros.
Foto: Matheus Leite