A Atenas, agência de live marketing criada em 2007 pelas publicitárias baianas Denise Garrido e Quércia Andrade, realizou na semana passada um workshop da racialidade para sua equipe de 50 profissionais alocados em São Paulo e Salvador, sob o comando da comunicóloga Gizele Costa.
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Com 95% das lideranças femininas e 33% de negros na soma entre aqueles que se autodeclaram negros e pardos, a agência tem como um de seus pilares desenvolver a cultura institucional ancorada na diversidade e equidade racial buscando oportunidades para ampliar a inclusão de profissionais negros ao construir proporcionalidade nos cargos estratégicos e movimentando também seu ecossistema externo.
“É-a partir de eventos como este e de uma comunicação com ações práticas, antirracistas e inclusivas, partindo do nosso ambiente interno para o externo, que conseguiremos alcançar um novo patamar empresarial ao agregar efetivamente diversidade racial aos negócios. Queremos ser uma referência para o mercado de comunicação na aplicabilidade da diversidade em espaços de poder e valorizada pela inteligência inclusiva”, detalha Quércia Andrade.
Em janeiro de 2022, a agência conquistou o Selo da Diversidade Étnico Racial, da Secretaria de Reparação de Salvador, que tem a intenção de reconhecer publicamente as ações de promoção da equidade racial nas políticas de gestão de pessoas e marketing das organizações públicas, privadas e da sociedade civil da cidade.
Todo o discurso da agência é alinhado com ações práticas. Atualmente, a agência tem metas de contratação de negros e manutenção para os anos seguintes. “Vamos dobrar o número de pretos existentes no time neste momento e em seis meses aumentar os cargos de lideranças. Em um ano, pretendemos ter 25% de pretos a mais na equipe”, acrescenta a sócia da agência.
Além disso, a Atenas criou um Comitê Interno da Diversidade, com representantes de cada área, para serem discutidos temas e dar continuidade a este trabalho.
O objetivo da agência com este movimento é criar novas oportunidades de negócios que impactem economicamente e socialmente um ecossistema negro e o mercado de comunicação. Como mostra a 10ª onda do Relatório TODXS – Mapa da Representatividade da Publicidade Brasileira, só 27% de mulheres negras aparecem como protagonistas na TV e 20% de homens negros. Já em redes sociais, como Facebook, 25% de mulheres negras aparecem como protagonistas e 20% de homens negros, ambos os números em queda.
”Acredito que promover um avanço real e continuo precisam ser os pilares da comunicação. É menos sobre tempo de elaboração e mais sobre disposição para a ação. É fundamental a conscientização de que se a comunicação pode ser uma ferramenta importante na construção imagética e representação social e econômica os espaços de decisão precisam ser ocupados por nós, negros. Afinal, representamos, conforme última pesquisa do Instituto Locomotiva sobre o assunto, somos responsáveis por mais de 40% do consumo deste país”, conclui Gizele Costa.