Dia 11/10 é o Dia do Teatro Municipal. Inaugurado dia 11 de outubro de 1983, o Museu do Teatro Municipal de São Paulo não se restringem apenas aos espaços destinados às salas de exposições, depósitos de acervo, ateliers de montagens e salas de administração.
O objetivo é que todo o prédio do Teatro, inclusive sua projeção física e cultural na cidade, seja envolvido pelo espírito de um Museu vivo.
Cada detalhe arquitetônico e decorativo, sua história ligada aos acontecimentos sociais da cidade neste século, seus objetos e documentos, o processo de produção artística, enfim, todo o clima gerado pelo monumento a nível simbólico deverá ser evidenciado e organizado em forma de conhecimento científico e estímulo estético.
Feito-para ter o palco ocupado quase que exclusivamente por óperas, o Municipal demonstrava, dez anos após sua inauguração, que não estava limitado às árias e ao lirismo, para tristeza e irritação dos puristas.
Nos anos 20, os paulistanos puderam apreciar as performances das bailarinas Anna Pavlova e Isadora Duncan.
Na mesma década, abrigou a Semana de Arte Moderna, que teve entre seus maiores expoentes Mário e Oswald de Andrade, Villa-Lobos, Anita Malfatti e Tarsila do Amaral.
Nos anos que se seguiram, a opulência do Municipal foi desaparecendo lentamente por causa das novas construções e hábitos da cidade.
As Lojas Anglo-Americanas (antigo Mappin), o prédio do Banespa, o Hotel Esplanada (na época, o mais elegante de São Paulo, atualmente sede do grupo Votorantim), transformaram a função cultural que os arredores do teatro tinham em sua origem.
O teatro foi reformado duas vezes: uma na gestão do prefeito Faria Lima, quando as paredes foram pintadas e o lustre central da platéia, de 360 lâmpadas, regulado e o projeto original descaracterizado. A outra começou na administração de Jânio Quadros e foi concluída pela prefeita Luiza Erundina.
Nesta, procurou-se preservar e restaurar o trabalho de Ramos de Azevedo. A fidelidade foi tanta que a fachada externa foi restaurada com arenito vindo da mesma mina que forneceu o material para a construção do início do século.
Muitos artistas puderam visitar a cidade e se apresentar no Municipal. Foram vários os nomes importantes no palco: interpretando óperas, Enrico Caruso, Maria Callas, Bidu Sayão e Tito Schipa; na regência, o maestro Arturo Toscanini.
A arte dramática foi representada com o melhor produzido dentro (Procópio Ferreira e Cacilda Becker) e fora (Viven Leigh, Raymond Jérôme) do País.