Há 56 anos, no dia 28 de agosto de 1951, a categoria bancária iniciava uma das mais longas e vitoriosas greves dos seus 84 anos de história: após 69 dias de paralisação, os banqueiros acabaram concedendo 31% de aumento.
Os trabalhadores de São Paulo foram os únicos em todo o Brasil a manterem suas reivindicações e não aceitaram a proposta de apenas 20% oferecida inicialmente pelos bancos.
Decidiram parar e acabaram dando início ao movimento que marcaria o Dia do Bancário. “Eu trabalhava no câmbio do Banco Mercantil e todos paramos. Foram 69 dias de greve sem receber, não foi fácil.
Mas-era bonito, os grevistas andavam na rua com uma bandeira do Brasil arrecadando dinheiro que era contabilizado pelo Sindicato e distribuído por igual para os bancários casados”, lembra o bancário aposentado Hélio Sávio Aquino.
O preço pago foi alto, com forte repressão do governo estadual, do Ministério do Trabalho e até da Igreja. Com o fim vitorioso da greve, os banqueiros acabaram demitindo algumas lideranças e transferindo outras para cidades do interior do Estado.
Apesar da dificuldade de rearticulação dos trabalhadores nos anos seguintes, a greve resultou não só num aumento salarial maior para São Paulo, mas também levou suas lideranças a outros municípios, propiciando a formação de vários sindicatos bancários pelo Estado, além de questionar a lei de greve do governo Dutra.