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5 tendências para ficar de olho em 2017

Shawn DuBravac, economista-chefe da Consumer Technology Association, compartilha, com base em números e movimentos, o que deve avançar ao longo deste ano

Todos os anos diversas projeções apontam o que deve bombar em termos de tecnologia. No caso da Consumer Technology Association (CTA), organizadora da CES, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, que acontece há 50 anos em Las Vegas, a responsabilidade de uma lista como essa é ainda maior. No entanto, tais palpites devem ser fortemente considerados, uma vez que levam em consideração não apenas modismos, mas números e fatos que mostram a consolidação ou avanço de algum dos tópicos.

A lista apresentada por Shawn DuBravac, economista-chefe da CTA, traz computação por voz, inteligência artificial, conectividade, transporte e digitalização da experiência do consumidor. 

Você deve pensar: a maioria dessas tecnologias já foi abordada de alguma maneira e colocada como tendência. Mas leia e entenda os argumentos do especialista de o porquê 2017 pode, sim, ser o ano para cada uma delas.

1 – Comando de voz

Em 1994, aconteceu um grande passo na computação pessoal quando a Microsoft começa a estudar o reconhecimento de voz, argumenta DuBravac. "Essa tecnologia não existia e o word error rate (WER) era de 100% em 95, passando a 23% em 2013 e está perto de 5% agora em 2017. Tivemos mais progresso em 30 meses que em 30 anos”, pontua. O especialista lembra que, ano passado, os primeiros produtos de fato usando esse tipo de tecnologia, como o Echo da Amazon, foram anunciados. E a razão pela qual assistiremos a uma evolução muito rápida está relacionada à melhoria da tecnologia e também porque a voz passou a substituir a interface de usuário em muitas situações e dispositivos, como no caso dos vestíveis."A voz será um dos elementos chave de identificação do indivíduo até por questões de segurança. É uma era de faceless computing”.

2 – Inteligência artificial invade vida pessoal e profissional

"Trata-se de algo muito próximo à questão da voz, mas que precisa ser tratado de maneira separada, até pela forma como está se integrando às nossas vidas e veremos muitos anúncios em torno disso”, acredita DuBravac. Telefones, óculos, geladeiras, diversos aparelhos começam a embarcar inteligência artificial, mas o principal ponto, como alerta o economista-chefe da CTA, é como estamos permitindo com que várias ações sejam automatizadas, como o controle de temperatura na geladeira. Há quantos anos você não olha isso? Uma das fronteiras, na visão dele, é a disponibilização do conteúdo de acordo com as preferências, não apenas links de sugestões. É a era da vida autônoma. 

Para o especialista, é preciso estar atento aos seguintes pontos de inflexão de valor percebido em inteligência artificial:

    Conhecimento profundo
    Conversação fluída
    Recomendação
    Ajustes
    Mudanças

3 – Conexão

O significado de rede está sendo redefinido, acredita o economista da CTA. A própria CES se tornou um evento de conectividade, unindo todos os elos da cadeia que participa dessa transformação em curso, com empresas como Ericsson, Verizon, AT&T, Sprint, Qualcomm, LG, Samsung, entre outros. "Quando olhamos 5G e a possibilidade de velocidade, baixa latência, não é olhar se vamos fazer mais ligações, porque já nem fazemos tanto, mas é pensar em cidades inteligentes, por exemplo”, refletiu. Cada vez mais vemos os sistemas conectando diversos objetos, o software engolindo o hardware e o hardware também engolindo o software. A casa inteligente é a continuação da automação da vida. A CTA estima que apenas o segmento de casas inteligentes seja um mercado de US$ 25 bilhões em valores de 2016, com potencial de crescimento gigante.

"Nos anos 60 tínhamos a ideia de automação dos Jetsons, que era algo mágico. Já em 1980 era tudo muito estruturado, mas não inteligente como pensamos hoje. E a partir de 2020 teremos essa próxima geração, a era da automação adaptativa. Neste ano apenas foram vendidas 29 milhões de unidades de dispositivos de casa inteligente nos EUA, gerando uma receita deUS$ 3,5 bilhões”.

4 – Transporte

O veículo autônomo do Google já rodou mais de 2 milhões de milhas, o equivalente a 75 anos da distância percorrida por um adulto norte-americano, passando por 200 mil placas de Pare, 600 mil semáforos, 180 milhões de veículos. Imagine todo o conhecimento acumulado e o que ele pode contribuir para um trânsito melhor. E a onda de carro autônomo invadiu as montadoras e a própria CES, várias delas estão presentes no evento e apresentando suas propostas para um provável futuro sem motoristas. 

“E todo o ecossistema vem a reboque do que está acontecendo, processadores, sistemas, interfaces, tudo ganha e evolui. Em 2004 houve um grande desafio vencido pela Ford em carro autônomo. Na ocasião, era preciso que o veículo rodasse pelo menos 20 minutos sem intervenção humana e apenas alguns finalizaram. Estou falando de 20 minutos e hoje temos carros como o do Google e diversos outros. Trata-se de um avanço fenomenal”, comparou o economista da CTA. Os drones também cresceram muito e diversos cenários de uso estão em teste, como o de monitorar casas após disparo de alarme. Para 2017, apenas nos EUA, a venda de drones deve crescer 40%, batendo 3,4 milhões de unidades.

5 – Digitalização da experiência do consumidor

A empresa de cruzeiros Carnival está fazendo um trabalho muito forte nesse sentido com tecnologia que reconhece até cheiros (o IT Forum 365 fará a cobertura da apresentação da Carnival para detalhar o case). O futuro reserva coisas incríveis que podem vir também da combinação das realidades virtual e aumentada, criando ambientes de realidade mista. Embora sejam tecnologias que passaram a ser exploradas apenas recentemente, o avanço é inegável. Os óculos se realidade virtual se tornaram uma febre e, nos EUA, a previsão é de que esse mercado cresça 79% em 2017, com pelo menos 2,5 milhões de unidades vendidas.