Vivemos divididos.
Num País de ignorantes, nas acepções mais diretas da palavra:
1 – aquele que desconhece a existência de algo; que não está a par de alguma coisa.
“um povo ainda i. da escrita”
2 – aquele que denota a ignorância do autor ou daquele que é responsável por uma obra.
“um livro i.”
3 – sem malícia; puro, inocente.
“uma alma cândida, i.”
Pois bem. A maioria absoluta dos insultantes ao legítimo direito democrático da discordância e da escolha DESCONHECEM a existência de OPÇÕES. Acham que a sua é a única ou a única que presta. São deuses da sabedoria ignorante.
Há, claro, os que denotam a ignorância daquele que é responsável pela obra que seguem, cegamente, feito gado.
Ê, Ê, Ô vida de gado. Povo marcado, ê, povo feliz.”
Há os que vociferam histórias e história não vividas. História lida nas redes e ouvidas de tocadores de gado.
“Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jorna”l
Mas há, também, os sem malícia alguma. Bobos da corte dos números e que só se engajam no sonho de ganhar uma eleição, pois eles acham que ganham junto com o tal deus de barro que elegem.
Não ganham!
A premissa democrática, e também cristã, porque não, adverte que é preciso escolher por sua consciência, pensando no próximo (ano, pessoa, futuro).
Mas os ignorantes só pensam no presente que vão ganhar. Alguns, literalmente.
“Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber”
Divididos, partimos para o grito, a agressão, a supressão, gado que somos. Uns até tentam fugir das garras do politicamente correto ou das patrulhas ideológicas, mas esbarram no medo, que nunca construiu nada. E vivem presos a homens e não à sua consciência.
“O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela”
Daí tornam-se ignorantes no seguinte sentido:
mal-educado, grosseiro; pretensioso, presunçoso.
Seus deuses precisam ser eleitos para conduzi-los aos céus e a seus sonhos, que eles mesmos, frustrados, não constroem com as próprias mãos. Esperam quatro anos sem nada fazer. Esperam. Não voam!
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar”
Oh, esse admirável gado novo. Novo?
( Letra de ADMIRAVEL GADO NOVO – Zé Ramalho)