A 14ª edição do Festival Latinidades, maior festival de mulheres negras da América Latina, acontece hoje dia 25 de julho em comemoração ao Dia da Mulher Negra.
O tema dessa edição é a “Ascensão Negra” com a função de ser mais que um festival, mas sim, um grande encontro de saberes e potências negras. Pelo segundo ano consecutivo, o festival acontece de forma 100% on-line, transmitido pela plataforma YouTube, no canal do Afrolatinas.
O melhor do entretenimento está aqui.
O projeto parte do lugar das artes e da cultura para dialogar, disputar narrativas e fortalecer diferentes saberes de mulheres negras: Na academia, na rua, na escola, no chão de fábrica, na comunicação, nos movimentos sociais, na gestão de políticas pública, na diversidade infinita das nossas potências e possibilidades de produção de conhecimento.
A missão do festival é ser plataforma de formação, cultura, inovação, geração de renda, impacto social, encontro, encanto, acolhimento, celebração e resistência.
Neste ano, o festival homenageia a cantora e violinista baiana Rosa Passos,a artista Zezé Mota, uma das maiores ativistas da música afro-peruana e ganhadora de três Grammy Latinos Suzana Baca e a vice-presidente da Costa Rica Epsy Campbell.
A programação inicia com o Manifesto Ascensão Negra, seguido pela exibição da Minissérie “Sonhar é poder, por todas as rotas”, dirigida pela diretora e roteirista Viviane Ferreira, que é uma sequência de #SonhoDePretaConta.
Com a realização em conjunto do Oxfam Brasil, Odun Filmes e Instituto Afrolatinas, a minissérie conta a história de seis jovens mulheres negras que revisitam suas próprias histórias e inspiram o mundo com reflexão sobre manutenção do poder de sonhar a partir da reformulação de rotas de vida no Brasil de 2021. A minissérie será exibida todos os dias do festival.
A programação de abertura segue, às 19h10, com um talks sobre o tema “O que é ascensão para você?”, com a ex BBB Lumena Aleluia. Durante alguns minutos, será explicado que é possível e desejável que se tenha mais perspectivas sobre o conceito de ascensão e nenhuma delas precisa estar certa ou errada e nem se sobrepor a outra.
A grande novidade desta edição acontece às 19h45, que é a inauguração da Casa Afrolatinas com um tour virtual. A Casa Afrolatinas é uma central criativa, um espaço de trocas, intercâmbios culturais e experimentação de tecnologias.
Um laboratório vivo e dinâmico de inovação e impacto social que foca nas artes, na cultura e na educação como pilares para o desenvolvimento humano, social e econômico.
“Assim como o Festival Latinidades, a Casa Afrolatinas nasceu para ser um espaço ativador de encontros, encantos, formações e oportunidades. Uma casa de mulheres negras latino-americanas e caribenhas. Uma casa de afetos. Uma mostra de nossas cores, sabores, saberes e fazeres.Nosso sonho de ter uma casa coletiva ao longo de todo o ano encontrou lugar no Varjão, comunidade periférica, no Distrito Federal, com população de 80% de pessoas negras. Nossa história é coletiva, e a construção desse sonho não poderia ser de outra maneira. Assim nos movemos.” explica Jaqueline Fernandes, cofundadora da Afrolatinas.
A primeira atração na Casa Afrolatina acontece às 19h25, com o recital Afrobooktuber, A Outra História, com Boris. Quem abre é a poetisa colombiana Mary Crueso, pioneira da literatura infantil afro-colombiana.
Seguida da mestra de direitos humanos e escritora antologizada Xiomara Cacho, que escreve em suas obras uma reprodução fiel e exata da realidade reproduzindo e denunciando os males que afligem a sociedade. Quem encerra o recital, é a colombiana Luz de Carmen Serna com seus hinos e músicas de composição própria.
A multiartista Zezé Motta, uma das homenageadas da edição 2021, faz um pocket show às 20h. Com 14 discos gravados ao longo dos seus 77 anos, Zezé regravou clássicos como Trocando em Miúdos, de Chico Buarque e Francis Hime, e Pecado Original, de Caetano Veloso.
Pela primeira vez, o Festival Latinidades apresenta uma Jam Session, definido como um encontro improvisado com a participação exclusiva de artistas entre instrumentistas, intérpretes, compositoras e poetas negras.
Existem diversas versões para a origem do termo “Jam Session“: todas estão ligadas às culturas negras e ao surgimento do jazz. Com direção artística de Jaqueline Fernandes e produção executiva de Moara Ribeiro, o Preta Jam, com 10 artistas, acontece na Casa Afrolatinas, às 20h30.
A penúltima atração da noite, às 21h20, é a apresentação da campanha “E eu não sou uma mulher?”, uma coleção de lingerie pensada, desenhada e desenvolvida por mulheres negras do Coletivo Preta Sou, de Minas Gerais, para mulheres negras.
Quem encerra a noite é o talk do Dom Filó, do Cultne TV, às 21h20. Batizado como Asfilófio de Oliveira Filho, se tornou, ao longo de 50 anos, comendador da Black Music, criou o Cultne TV, um canal no YouTube com 1.000 horas para celebrar a cultura negra: dá palestras, faz documentários e filmes e é provedor da cultura onde passa.
A programação completa pode ser acessada por esse link aqui