Chegou a vez dos maiores eventos esportivos do mundo serem transmitidos ao vivo pela web, ou por live streaming como é conhecido este formato. A NFL anunciou que o Super Bowl XLVI, que vai acontecer no dia 05/02, em Indianapólis, estará disponível também no próprio site da NFL, da rede NBC e também em aparelhos celulares da operadora Verizon, que é quem está patrocinando toda a ação.
Por enquanto a indústria da mídia tradicional se vangloria disso e calcula a soma da TV com a web, cuja audiência total deve crescer ainda mais e até bater o recorde histórico de 111 milhões de telespectadores registrados na edição do ano passado entre Green Bay Packers e Pittsburg Steelers, o programa com a maior audiência de todos os tempos nos EUA.
Por outro lado, esta situação inédita sinaliza que NFL passa a compartilhar audiência com a NBC deixando no ar a pergunta de um bilhão de dólares: até quando a Liga Americana vai precisar da rede de TV?
Já na Inglaterra, o assunto está quente: a Apple, de forma inédita, deve entrar na briga pelos direitos de transmissão da Premier League de futebol para as temporadas de 2013 a 2016, concorrendo com as tradicionais Sky Sports e ESPN e, talvez, com o próprio Google.
Atualmente, a Apple já tem contratos com a NHL e a MLB nos Estados Unidos, usando a plataforma Apple TV, que por menos de US$ 100 transforma a televisão do consumidor num aparelho totalmente conectado à web, apto para assistir transmissões em streaming.
Mas, agora é diferente, a empresa quer os direitos completos de transmissão, não só na Apple TV, mas também para iPads e iPhones (ou até algum novo produto que está sendo preparado. Há cerca de dois anos Steve Jobs havia dito em uma palestra que estava em pesquisa um potencial substituto para a televisão), entrando de vez no negócio e prometendo vir forte – por isso a escolha do campeonato inglês para começar um dos produtos mais valorizados do mundo do esporte no momento.
Movimentos como o da Apple vão acelerar a interação do espectador com a programação mas, sobretudo, transferem para os organizadores dos eventos um direito que o consumidor comum já detém: a propriedade passa a ser deles assim como a gestão da amplificação do conteúdo, com a qual poderão fazer o que quiserem, como, por exemplo, negociar livremente junto ao mercado.
Nesta nova realidade, a TV será um intermediário de luxo entre eles e os anunciantes que pagam a conta, e a TV poderá ser descartada, dependendo dos interesses.
Com uma mudança deste calibre no topo da pirâmide estaremos diante da revolução do século no setor de comunicação, que ficará mais democrático e acessível, abrindo ainda mais as possibilidades de negócios para novos players que vem por aí.